O advogado de defesa dos seis policiais militares acusados de matar um menor em 2000 na Vila Anália, Ernesto Queiroz de Freitas vai recorrer à decisão do Tribunal do Júri dessa terça-feira, 17, quando os acusados foram condenados a seis anos de prisão em regime semi-aberto.

Em entrevista a O Norte o advogado afirmou que é preciso respeitar a decisão dos jurados, mas que irá recorrer à sentença, pois, segundo Ernesto Queiroz, seus clientes foram condenados sem nenhuma prova concreta ou testemunhal de que os policiais são autores do crime, uma vez que, o exame de balística (exame que comprova se o tiro saiu da arma dos acusados) deu negativo e uma única testemunha disse que não sabia reconhecer nenhum dos policiais.

A sentença saiu por volta das 20 horas quando o juiz da vara de execuções penais e presidente do tribunal do júri, Marcos Antônio Ferreira, anunciou que por votos de 5x2 e 4x3 os seis policiais foram condenados a seis anos de reclusão em regime semi-aberto.

ACUSAÇÃO

Os cabos, José Soares dos Santos Júnior, Luciano Amorim Mendes, Wilson José Guilherme Filho, Alex Martins Costa e o sargento Cláudio Freitas Silva foram acusados do assassinato de Robson Rodrigues da Silva, 15 anos, com um tiro no tórax registrado no dia 17 de fevereiro de 2000 por volta das 23h30min, na Rua Pedro Ramos de Oliveira da Vila Anália.

Segundo informações de testemunhas, Robson foi baleado com um tiro no peito quando chegava em sua casa. Ainda segundo as testemunhas, os policiais militares que estavam à paisana (sem farda) e em carros particulares efetuavam patrulhamento em ação repressiva contra delinqüentes da região no momento em que ouviram dois disparos de armas de fogo.

Ainda segundo testemunhas, não foi possível ver quem teria efetuado o tiro e uma única testemunha que teria visto o assassino não reconheceu nenhum dos policiais acusados como autor do crime.