Defensor público é nomeado para julgamento de engenheiro que matou nutricionista

Jornal O Norte
Publicado em 12/12/2006 às 10:52.Atualizado em 15/11/2021 às 08:46.

Após ser adiado por seis vezes, medida que revoltou moradores de Montes Claros e região, além de representantes dos órgãos de combate à violência contra as mulheres, foi marcado para a próxima sexta-feira, 15, a data definitiva para o julgamento do réu-confesso, o engenheiro-mecânico, Fernando Lucas Osório de Carmargos, que matou sua esposa no ano passado com cinco facadas.



Para evitar novos transtornos e mais adiamento do julgamento polêmico, o presidente do tribunal do júri e juiz da Vara de execuções penais, Marcos Antônio Ferreira, nomeou na manhã de ontem o defensor público, Wesley Soares Caldeira, para defender o réu confesso, uma vez que o advogado de defesa, Lúcio Adolfo não compareceu ao júri ontem, durante o julgamento.



Na última terça-feira, o júri teve que ser adiado porque o advogado do réu alegou ter extraído o dente ciso e que não poderia comparecer ao julgamento. Remarcado para ontem, o advogado tentou na última sexta-feira, 8, adiar novamente o julgamento sob alegação de que teria outro júri hoje em Belo Horizonte às 13h30min. O pedido foi negado e a data do julgamento mantida.



Diante da ausência do advogado, o defensor público defenderá o réu na próxima sexta-feira. O juiz Marcos Antônio e a promotora Raquel Batista acreditam que não terão motivos para novo adiamento do júri e que na próxima sexta-feira seja conhecida a sentença do réu.



O CRIME



Na noite de 30 de julho, Fernando Lucas matou sua ex-mulher, a nutricionista da Santa Casa, Elizabeth de Lourdes Trovão, com cinco golpes de faca, em sua residência no Bairro Sagrada Família.



No dia do crime, testemunhas afirmaram que, antes de matar a ex-mulher, Fernando tinha passado em sua residência e, como não a encontrou, retornou mais tarde quando, após uma discussão, gritos de socorro foram ouvidos pelos vizinhos.



Na casa de Elizabeth, vizinhos a encontraram nos braços de Fernando, agonizando até à morte. A época do crime, populares se revoltaram contra o engenheiro, quebraram o seu carro, um Ford Ka vermelho, que estava estacionado em frente à residência de Elizabeth.



Fernando foi preso em flagrante e encaminhado ao cadeião e, meses depois, fugiu pela porta dos fundos do hospital Prontomente, durante consulta médica, quando estava acompanhado de um detetive, que foi afastado do cadeião, e de sua mãe.



PRISÃO NA BAHIA



Meses depois, Fernando Lucas foi preso pela polícia rodoviária da Bahia, na cidade de Vitória da Conquista, dentro de um ônibus com destino ao Rio Grande do Norte. Fernando estava embriagado e usava identidade falsa, quando o ônibus parou no posto da polícia rodoviária federal e, após busca pessoal, foi identificado como foragido da cadeia de Montes Claros.



Elizabeth deixou dois filhos, sendo que um deles tem problemas de saúde e é tetraplégico. Desde o crime, mulheres e representantes de órgãos de combate à violência contra mulher lutam para que a justiça contra o criminoso seja feita.

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