Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partir de Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), mostrou que nos anos de 2023 e 2024, o número de pessoas que trocou o serviço presencial pelo acesso online em instituições bancárias ou financeiras, somou cerca de 22 milhões a mais do que era utilizado em 2022, totalizando mais de 119 milhões de usuários. Concomitante a isso, o número de pessoas com acesso à internet também aumentou, de 60,1% em 2022, para 66,7% em 2023.
A advogada e servidora pública municipal Selma Xavier Prado integra esse contingente. “Sempre utilizei a internet banking, desde que ele surgiu. Tenho facilidade, agilidade e segurança ao mesmo tempo. Utilizo para fins pessoais, pagar boletos, transferências, receber pagamentos e outros”, diz Selma. E faz um alerta. “É muito importante ressaltar que os sistemas de segurança das máquinas que acessamos os aplicativos estejam atualizados. Também fecho os aplicativos depois que utilizo”, recomenda a servidora.
A engenheira Bruna Lima também utiliza a internet de maneira ampla. “Não apenas serviços bancários. Faço todas as compras pela internet e até a matrícula em faculdade consegui fazer sem precisar sair de casa. Ganho tempo e praticidade”, diz.
O economista Aloysio Vieira avalia que essa é uma tendência natural. “Hoje é muito mais prático fazer os serviços financeiros e bancários remotamente, do que ter que se deslocar até uma agência ou ao caixa eletrônico. Há um movimento cada vez maior da sociedade de querer ter menos processos manuais e burocráticos”. Ainda segundo o profissional, quem opta por esse tipo de serviço tem que considerar que há cuidados a serem utilizados: como manter os aplicativos atualizados, não acessar o banco em rede pública e preferir fazer o acesso pelo pacote de dados, não expor senhas e não ceder as informações em contatos suspeitos, pois dificilmente o banco vai mandar mensagens ou ligar solicitando atualizações.
Nesses casos, conforme Aloysio, o correto é desligar e posteriormente fazer o contato com o banco. “Nosso sistema financeiro é um dos mais seguros, porém o grande motivador da falha é o humano. Toda vez que o usuário do sistema se expõe indevidamente, é similar ao que acontece quando você deixa sua carteira vulnerável e é vítima de um batedor de carteira. É o mesmo processo, só que usando tecnologia”, exemplifica.
O economista destaca que o Pix é uma consequência da evolução do sistema bancário, não o contrário. “Esse processo de modernização do sistema no Brasil, o início dele, é muito anterior, da década de 1980. Na minha análise, é uma consequência positiva que a gente queria do sistema inflacionário, porque a gente precisava ter agilidade no sistema em função da depreciação do valor da moeda, que era muito rápido. E com isso, o nosso sistema foi se aprimorando e cada vez mais buscando facilitar nessa intermediação. Então é um processo que não tem volta”, avalia. Sobre a possibilidade de chegarem ao fim as agências físicas, ele conclui que houve uma diminuição, entretanto, salienta que “ainda existe uma parcela significativa da população que precisa do acesso presencial”.