entrevista

Cores, formas e diversidade: conheça Cecília Schmidt

Artista plástica expõe no Centro Cultural Hermes de Paula

Adriana Queiroz
genteideiascomunicacao@gmaoil.com
Publicado em 10/07/2024 às 19:00.

Uma ótima dica do que fazer em julho, em Montes Claros, é curtir a exposição “Sonhar é Possível”, da artista plástica montes-clarense Cecília Schmidt, que acontece no Centro Cultural Hermes de Paula, até o dia 16 de julho, da segunda à sexta-feira, das 8 às 19h.

A exposição foi criada com o intuito de mostrar um pouco da trajetória artística de Cecília, que se deu início com as aulas de artesanato da avó Dona Lara Schmidt e, em seguida, na Casa do Artesão — ainda na adolescência — que ganhou força e convicção no curso de artes visuais na Unimontes.

“A primeira edição foi no Museu Regional do Norte de Minas e agora a segunda edição no Centro Cultural Hermes de Paula. As duas foram pensadas em cada detalhe com o objetivo de alcançar o público PCD (pessoas com deficiência) também. Etiquetas em Braile, convite em libras, percepção tátil autorizada e livre acesso. A 2ª edição vem com uma novidade, espaço para os alunos do Ateliê Cecília Schmidt com faixa etária de 2 a 80 anos”, diz a artista, que vem recebendo elogios de grupos diversificados, entre escolas, empresas e arquitetos, em relação ao formato da exposição. 
 
Como está sendo a experiência com o público PCD nessa edição?
Na 1ª edição, no Museu Regional, foi uma experiência que marcou e reforçou o olhar inclusivo nas exposições. Um grupo de cegos se emocionou ao visitar a exposição e encontrou as informações em Braile e a experiência da percepção tátil das obras. Então, essa 2ª edição, no Centro Cultural, não poderia ser diferente em relação a esses cuidados. 
 
São muitas as influências e referências que permeiam o seu trabalho, não é mesmo?
Sim, tenho um acervo de livros de arte que tenho prazer em estudar constantemente, amo experimentar técnicas novas. Acredito na arte onde todas as possibilidades são relevantes. Grandes inspirações, Frida Kahlo, Kara Walker, Yayoi Kusama, Anita Malfati, Tarsila do Amaral e muitas outras mulheres que romperam barreiras. Admiro Leonardo da Vinci, Van Gogh, Gustav Klimt, Vik Muniz, Konstantin, Os Gêmeos, Portinari, os mestres do artesanato nacional e muitos outros. 
 
Quais são os temas, conceitos ou abordagens que você explora em seu trabalho?
Em relação ao processo criativo é uma loucura. Às vezes, na madrugada, perco o sono e viajo em ideias e possibilidades, tenho sonhos com determinados contextos e materiais. Posso dizer que vivo no mundo de Alice às vezes, tenho um olhar diferente para os objetos. Na verdade, não vejo objetos, vejo possibilidades. Já parei de boa na rua para pegar materiais que foram descartados, exemplo disso têm a mesa maluca e a cadeira da Frida que está na exposição no Centro Cultural. Tenho como foco temas sociais e ambientais.
 
Você além de pintar, exerce outra profissão?
Sim. Arteterapeuta junguiana, professora de arte e psicopedagoga registro AMART 242/0623 (Associação Mineira de Arteterapia), professora de arte há 27 anos de trajetória na educação.

Você já se apresentou em outras exposições? Como foram essas experiências?
Em Montes Claros, sempre participo das exposições da Associação de Artistas Plásticos, UMA — União de Mulheres Artistas e individualmente. Já estou preparando a próxima, que terá como tema norteador Meio Ambiente e o Homem, que será em outubro no Museu Regional do Norte de Minas. Em Belo Horizonte, no Grupo Libertas Coletivo de Arte, onde tive oportunidade de participar da Casa Cor, Viaduto das Artes, Universo de Las Artes na Espanha e outros. Cada experiência fortalece o artista e renova seus propósitos em relação ao mundo artístico e à sociedade.
 
Como você enxerga o futuro da cena artística em Montes Claros e quais são seus planos e aspirações para continuar contribuindo com o desenvolvimento cultural da cidade?
Enxergo uma cidade onde a cultura abra os braços para todas as possibilidades e artistas. Que a cada ano seja respeitado às tradições, mas que também invista em novidades como um Teatro, mais museus, galerias de arte e espaços culturais que acolham a sociedade no desenvolvimento da arte. Continuarei contribuindo com os trabalhos voluntários, inspirando e convencendo que a arte é para todos. Acredito no poder da arte como força inspiradora de mudança e cura.
 
Qual é o impacto que você deseja que suas obras tenham nas pessoas que as apreciam?
Penso naquele momento em que o público para um pouquinho sua correria do dia a dia e se permita viajar em um universo de cores, insetos… espero inspirar e instigar em relação ao universo da arte e aos temas sociais e ambientais que abordo.

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