![]() Massacre em Orlando (EUA) é o maior da história americana |
Localizada no estado da Flórida (EUA), a cidade de Orlando é espaço de alta tolerância a grupos de LGBT. Mas foi exatamente em uma de suas casas noturnas, a boate Pulse, que morreram mais de 50 pessoas a tiros na madrugada de domingo (12), dia dos namorados. Um radical armado até os dentes abriu fogo contra as pessoas que divertiam no local, patrocinando uma grande matança, a primeira durante décadas em uma boate gay.
Orlando é um claro exemplo do muito que o país evoluiu desde que em 1969 um grupo de homossexuais e lésbicas começou a manifestar-se contra a repressão policial no pub Stonewall, de Nova York. Naquele momento os que demonstravam abertamente sua homossexualidade se tornavam proscritos, sujeitos a discriminação legal em todos os âmbitos imagináveis, desde a saúde até o emprego ou o Exército.
Meses depois dos distúrbios de Stonewall era inaugurado em Orlando o Walt Disney World, um dos maiores parques temáticos do mundo, consagrado à sublimação de algo tão conservador como o núcleo familiar, onde os príncipes buscavam formosas donzelas e estas sonhavam em ingressar na realeza pela via do casamento.
Hoje, até a Disneyworld celebra dias gays neste mês de junho. Qualquer membro da comunidade LGBT pode entrar nesse vasto parque temático de Orlando para divertir-se abertamente, exibindo camisetas vermelhas para demonstrar que os conceitos de normal ou de família podem ser muito variados.
Pareceria, portanto, que os EUA haviam chegado à igualdade plena. Têm até pela primeira vez um presidente que apoia o casamento gay! A Suprema Corte até reconheceu o direito de os homossexuais se casarem, com todos os benefícios e obrigações que a lei estipula. Mas nada mais longe. E não por uma questão de direitos e liberdades, mas de aceitação social.
Todas essas conquistas esbarraram na intolerância de um cidadão norte-americano, homofóbico e admirador do Estado Islâmico (EI) que, entre outras coisas, prega contra os valores ocidentais, sobretudo aqueles direcionados as chamadas minorias, como homossexuais, mulheres e negros. (Adaptado do jornal El País).