Variedades

Cantora belo-horizontina peregrina pelo sertão

Nádia Campos se apresenta gratuitamente no Norte de Minas

Adriana Queiroz
genteideiascomunicacao@gmail.com
Publicado em 11/05/2024 às 00:00.
 (Wander Faria)

(Wander Faria)

Natural de Belo Horizonte, Nádia Campos é cantadeira, multi-instrumentista, compositora, pesquisadora, educadora e produtora. Caminha aprendendo e soltando trovas de muitas partes. O amor, segundo Nádia, passa pelas coisas simples e a conduziu pelas raízes brasileiras e latinas. 

“Percorri diversos rincões pesquisando ritmos, cantos e tradições. Me apresento em diversos espaços e encontros de música e cultura popular no Brasil e no exterior. Tenho três discos gravados: “Porque cantamos”, “Cantigas de Beira Rio” e “Luz Peregrina”, diz.

Foi a primeira vez que Nádia se apresentou em Montes Claros e, para ela, a realização de um sonho. Em entrevista, ela comenta que cresceu escutando o Grupo Raízes e é uma apaixonada pela cultura do Norte de Minas, os catopês, os batuques.

Na noite da última sexta-feira (10), a turnê Peregrina chegou a Montes Claros, no Museu Regional do Norte de Minas e, neste sábado (11), será a vez da cidade de Carbonita.
 
Faça uma retrospectiva da sua carreira e quais apresentações mais marcaram?
Desde menina, criei gosto pela música caipira e pela terra, como todo sertanejo. Sob influência de artistas como João Bá, os irmãos Doroty e Dércio Marques, Violeta Parra, Mercedes Sosa e tantos outros, aos nove anos comecei a participar de festivais de música. Com nove anos, gravei uma participação no disco Enrola Bola, de Rubinho do Vale e, mais tarde, fui aluna do paraguaio Eládio Pérez Gonzáles, na Fundação de Educação Artística de Belo Horizonte. Investindo na carreira musical, de cantora e compositora, fiz diversas participações em gravações e shows de outros artistas do meio. Atuo como arte educadora desde os 18 anos, pois acredito ser fundamental propiciar o acesso e contato da arte. A arte me proporciona coisas imateriais fundamentais, como uma identidade cultural e sentimento de pertencimento, por isso sinto o compromisso em multiplicar isso para o mundo. 
 
O espetáculo percorrerá por quais cidades?
As minhas viagens foram matéria para o disco “Luz Peregrina”, de 2021, que incorpora diferentes culturas que atravessam a América Latina. Desde o dia 22 de março, o trabalho percorre nove cidades de Minas Gerais, com ingressos gratuitos, pela primeira vez com banda completa. Entre as cidades escolhidas estão: São Gonçalo do Rio das Pedras (distrito de Serro), Diamantina, Ouro Preto, Betim, Belo Horizonte, Pouso Alegre, Poços de Caldas, Montes Claros e Carbonita. Este projeto é viabilizado com patrocínio do Grupo Sada, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, com apoio e produção da Carvalho Agência Cultural, realização Alumeia Produções e Governo de MG, Secretaria de Cultura e Turismo de Minas Gerais.
 
E o repertório?
O trabalho é uma costura de canções que afloram o pertencimento à América Latina. Os ritmos são variados: guarânia, uma mistura de samba-choro com lundu, tonada, uma mistura de morna com cumbia, folia, bumba-meu-boi. No palco comigo estarão os músicos Carlinhos Ferreira, na percussão, Guilherme Melo, violão, direção musical e arranjos, Marcela Nunes, flauta, e Rafael Schimidt, violão.
 
Qual o maior desafio em trazer o espetáculo para o Norte de Minas?
Fazer uma turnê, com banda, equipe, é um desafio enorme. Ainda mais se tratando de um repertório de cultura popular, não comercial. No Norte de Minas, não existem muitas estruturas físicas bem equipadas, como teatros, salas de música, é algo que precisa ser pensado em termos de política pública. Porém, em contrapartida, o povo do Norte de Minas é muito receptivo, amoroso e caloroso!
 
Além de viajar pelo interior de Minas com a turnê Luz Peregrina, há novos projetos para 2024?
No final do mês de maio, sigo em turnê para a Europa em um projeto contemplado pelo Prêmio Ibermusicas. Em julho, realizarei a gravação de um documentário do qual serei roteirista, chamado “Brasileira e Latino Americana”. No segundo semestre, tem gravação de novo álbum e circulação de um espetáculo infantil.
 
Qual é o impacto que você espera que o público tenha, qual mensagem espera que levem para casa do Luz Peregrina?
Espero que as pessoas reconheçam e valorizem o papel da arte em suas vidas. Que sintam o poder que ela tem de nos levar para um campo mais sutil e humano da existência.

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