semana das mães

Cansadas, mas realizadas

Em MOC, os MEIs atualmente são 33.096, desse total 14.242 são mulheres

Larissa Durães
12/05/2023 às 19:33.
Atualizado em 12/05/2023 às 19:44
 (Arquivo pessoal)

(Arquivo pessoal)

A cada dez mulheres empreendedoras, sete abriram uma empresa após serem mães. Influenciadas pela maternidade, essas mulheres escolheram a autonomia e flexibilidade de horários (67%), além da necessidade de aumentar a renda familiar (63%). Estes foram os dados colhidos pela Pesquisa Maternidade e Paternidade no Empreendedorismo, realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas).

Mesmo com a mulher trabalhando no seu próprio negócio, o estudo mostrou que 85% ainda cuidam dos afazeres domésticos, enquanto os homens são somente 25%. A preparação da refeição familiar recai nas costas de 60% das mães, enquanto para os pais a proporção é de 28%. Tarefas rotineiras como o apoio nas atividades escolares e os cuidados com a higiene dos filhos também são assumidas mais pelas mães do que pelos pais. A pesquisa também revelou que oito em cada dez pais empreendedores são casados, já as mães são 67%. Os pais e mães empreendedores separados ou divorciados é de 11%. As mães solteiras (18%) e viúvas (3%), já os pais solteiros (9%), e viúvos (1%).

LIBERDADE
A costureira, Sara Beatriz Pinheiro Santos, de Montes Claros, conta que registrou a sua empresa em 2014, já grávida do seu terceiro filho. “Senti a necessidade de me resguardar e poder resguardar os meus filhos diante de algo que pudesse acontecer comigo”, diz. 

Para ela que trabalhava fora escolher estar presente na vida dos filhos pesou na decisão. “Além do fato de que foi o meu trabalho que me deu força para sair de uma situação de violência doméstica, por isso, me empenho cada vez mais para sustentar os meus filhos e dar bom exemplo para eles”. Sara tem a sorte de ter hoje a ajuda da filha, com 15 anos para os trabalhos domésticos. “Me ajuda muito, mas o grosso eu que faço, cozinho, e levo e busco o pequeno na escola”, informa. 

“Não é fácil ser mãe, mas é libertador. Não é fácil ser empreendedora, mas é ótimo ter a sua autonomia e ter o seu dinheiro para comprar as suas coisas, não ter que pedir ao marido e responder o porquê de você está comprando isso ou aquilo. Não precisar se submeter a nada como a um patrão ao marido - ruim dentro de casa, que não te favoreça. É muito bom ser chamada de mãe, você ser reconhecida, crescer. Mas não é fácil nada disso, mas compensador sempre”, é o conselho que Sara dá para as mães que desejam empreender, mas estão indecisas. 
 
SONHO DOS FILHOS
Maria Dantas de Freitas Costa, 73 anos, moradora de Janaúba, é um exemplo de mãe que conciliou a profissão de educadora com o empreendedorismo para aumentar a renda familiar, e realizar o sonho dos filhos de se formarem em medicina. Ainda como professora do ensino fundamental, até se aposentar, Dantas, como é conhecida na cidade, já intercalava as aulas com viagens à São Paulo para comprar roupas e revender. Entretanto, o amor pelos filhos e o sonho da faculdade foram os ingredientes para que ela passasse de sacoleira a dona de loja. 

“Quando meus filhos falaram que queriam ser médicos, meu marido disse que éramos pobres e não tínhamos condições de arcar com as despesas. Mas eu não desisti e batalhei muito pelo sonho deles. Além do trabalho na loja, dei aula particular na minha casa à noite para aumentar a renda”, relata. 

A empreendedora reforça que os filhos se dedicaram, estudaram e foram aprovados no vestibular de medicina em uma universidade pública de Belo Horizonte. “Eles fizeram a parte deles. E, graças ao meu empreendimento, conseguimos arcar com as despesas na capital até se formarem. Sou extremamente realizada por isso, vivi e vivo por eles”, diz emocionada.

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