(Vanessa Araújo)
Andrea Martins, doutora em Estudos de Linguagem e mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Federal Fluminense (UFF), assumiu neste mês a cadeira 19 da Academia Montes-Clarense de Letras, ocupada anteriormente por Teo Azevedo, renomado escritor, pesquisador, historiador, instrumentista e compositor, vencedor do Grammy Latino. Graduada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Andrea também é professora universitária, escritora, roteirista e cineasta, com atuação destacada na área acadêmica e cultural.
“Ocupei, com muita alegria, a cadeira 19, anteriormente ocupada pelo grande artista da cultura popular Téo Azevedo. Atualmente, meu principal projeto é concluir o documentário sobre Zé Côco do Riachão, artista que, inclusive, ficou conhecido pelas mãos de meu antecessor na Academia Montes-clarense de Letras. Mas pretendo também voltar a me dedicar à escrita ficcional, já que a carreira universitária acabou me levando a outro tipo de produção”, disse Andrea Martins.
A Academia Montes-clarense de Letras, conhecida como Casa de Yvonne Silveira, foi criada no dia 13 de setembro de 1966 e celebrou 58 anos neste mês. São 40 cadeiras, algumas ainda vagas pelo falecimento de acadêmicos. No dia 14 de setembro, tomaram posse os novos acadêmicos Cyntia Pinheiro, Georgino Neto, Andrea Martins e Márcio Adriano Moraes.
Logo abaixo, confira bate-papo com Andrea Martins.
Qual sua relação com Montes Claros?
Nasci em Montes Claros, porém fui registrada no município de Mirabela, onde meus pais sempre viveram e onde passei minha infância. No entanto, passei a residir em Montes Claros aos 10 anos, onde completei meus estudos até a graduação e iniciei minha jornada de jornalista e escritora. Portanto, me considero um pouco de cada lugar.
Fale um pouco de seus trabalhos acadêmicos publicados. Em qual área se especializou?
Tenho muitos artigos publicados, a maioria deles resultados de minhas pesquisas sobre a relação entre a literatura e o audiovisual (cinema e TV).
Quais são as influências literárias que te formaram como escritora? O que você lia na adolescência?
Minha leitura sempre foi muito diversificada, desde a adolescência. Li desde livros de aventura, próprios para a idade, como outros mais elaborados, como Machado de Assis e José J. Veiga. Mas a coleção “Para gostar de ler” foi muito importante e determinante para desenvolver minha escrita, já que escrevo sobretudo crônicas e contos.
Com 20 anos dedicados à sala de aula, como é compartilhar agora conhecimento na Academia? Qual é a sua missão?
Ainda não participei de nenhuma reunião da Academia. A primeira será no próximo mês de outubro, mas tenho certeza de que será uma convivência muito enriquecedora para mim. Tenho muito a aprender com os confrades e confreiras mais experientes. Ainda não consigo te dizer qual é a minha missão. Ela se revelará durante a caminhada.
Ao receber o convite para assumir o desafio, você foi resistente ou logo viu uma grande possibilidade?
Estou sempre aberta para trilhar novos caminhos e desafios. Não houve resistência, apenas alegria e gratidão.
O que você sonha para a Academia Montes-clarense de Letras?
Que cada acadêmico continue a sonhar os seus sonhos. Dessa forma, a Academia continuará a ser grande e importante como sempre foi.