VARIEDADES

Artista plástica concilia arte e respeito pelos animais

Adriana Queiroz
Publicado em 27/09/2023 às 20:37.
Para a artista plástica, vamos “apanhar” muito da natureza, mas um dia iremos aprender a lição (Divulgação)
Para a artista plástica, vamos “apanhar” muito da natureza, mas um dia iremos aprender a lição (Divulgação)

O ateliê Cecília Schmidt também funciona como ‘Setting Terapêutico’. Nos intervalos das sessões, são desenvolvidas as produções artísticas. É um lugar inspirador com muitas plantas e visitantes ilustres, como pássaros e borboletas. Sempre ao som da MPB, música instrumental, sons da natureza ou até mesmo um rock clássico para impulsionar as produções.

É nesse ambiente que todas as obras da artista, Cecília Schmidt, foram finalizadas para a exposição ‘Sonhar é possível’, que acontecerá no Museu Regional do Norte de Minas (MRNM), a partir do dia 9 de outubro. No momento, Cecília está criando instalações para compor o ambiente

O propósito da exposição é despertar no público a curiosidade e respeito em relação às determinadas espécies de animais, o meio ambiente em geral. 

“Algumas obras foram reflexos do impacto dos acontecimentos na pandemia. Fatos alarmantes como o índice de feminicídio, a série de mulheres retratadas possuem no lugar das máscaras insetos que representam em minha opinião força, transformação, determinação e ao mesmo tempo fragilidade diante de tantas atrocidades. Direitos humanos e preservação ambiental são temas recorrentes no meu processo criativo”, comenta a artista. 

Durante a mostra será autorizado à percepção tátil para as pessoas com necessidades especiais, as legendas estão sendo confeccionadas em braile pelo CAP de Montes Claros e se der tempo, a descrição auditiva de algumas obras. 

Após a exposição no MRNM, a artista pretende conseguir um lugar com melhor acessibilidade para montar a exposição novamente. “Como o prédio é tombado algumas adequações precisam de muita burocracia e tempo para serem aprovadas. Por acreditar no poder da arte na formação da criança e adolescente algumas obras foram desenvolvidas com a temática infantil”, conta.
 
EXPERIÊNCIAS COM ARTE 
Cecília Schmidt foi criada pela avó e sempre recebeu estímulos em relação à arte. Aprendeu a costurar, cozinhar, bordar, tricotar. Faziam juntas telas com técnicas de tapeçaria. Com 13 anos, se matriculou na Casa do Artesão em Montes Claros onde confeccionou e vendeu suas primeiras obras.

“A professora artesã, Cida Macedo, e o professor, Guilherme Peixoto (hoje diretor da Casa), foram muito importantes nesse período. Meu processo criativo se dá naturalmente, quando menos espero, surge alguma ideia nova que se intensifica até sua concretização”, relata. 

O curso de Artes Visuais e o Projeto Conexões Visuais pela Unimontes foram também importantes em sua trajetória. Ela conta que fará citações sobre essas instituições e os professores que a acompanharam.

Além disso, artista comenta que há 26 anos teve contato com o artista Plástico, Gemma Fonseca, em uma empresa de publicidade em MOC. Na época, os outdoors (painéis publicitários) eram pintados manualmente, e, observar esse processo foi para ela, um grande estímulo nesse mundo da pintura. 

“Passava horas apreciando suas obras até ganhei uma tela que até hoje possui um cantinho especial em minha residência. O outdoor era sobre as Festas de Agosto com lindos catopês representados pelas mãos de Gemma, na época para o Hotel Dimas. A tela que ganhei foi inspiração e releitura na minha primeira aula de pintura na universidade”, revela.
 
INFLUÊNCIAS E INSPIRAÇÕES
Apaixonada com Leonardo Da Vinci, Frida, Os Gêmeos, Kobra, Vick Muniz, Yayoi Kusama, Heitor dos Prazeres, Pablo Picasso, Konstantin Christoff, Portinari, Tarsila do Amaral, Kara Walker, Gustav Klint, mestres da xilogravura J. Borges, Gilvan Samico e senhor Ciro Fernandes que sempre segue no instagram e toda semana a surpreende, Cecília revela também artistas montes-clarenses.

“Márcia Prates e Felicidade Patrocínio na minha concepção são símbolos de força, determinação, criatividade e acima de tudo persistência, pois trabalhar com arte precisa de muito equilíbrio e produção para manter tantos anos nessa carreira”, diz.

Sobre o amor às pessoas e ao mundo é o que a impulsiona, ela declara:

“Puro romantismo, mas acredito na mudança por um mundo melhor. Sei que iremos apanhar muito da natureza como essas catástrofes recorrentes esse ano, quem sabe um dia aprendemos a lição. Tomara que não demore”, completa. 

SERVIÇO
Exposição “Sonhar é possível”
De 9 a 30/10, de 8 às 18h – de segunda à sexta-feira
Museu Regional do Norte de Minas
Entrada gratuita 

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