Eternizada

Aos 79 anos, a literatura norte-mineira perde a escritora Terezinha Campos

Adriana Queiroz e Alexandre Fonseca
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Publicado em 03/02/2025 às 19:00.
Para a filha Suzana, a mãe “sempre foi uma pessoa muito viva, alegre, risonha e irradiava isso por onde passava” (ARQUIVO PESSOAL)
Para a filha Suzana, a mãe “sempre foi uma pessoa muito viva, alegre, risonha e irradiava isso por onde passava” (ARQUIVO PESSOAL)

Terezinha Campos, colunista do jornal O NORTE, professora aposentada, poeta, cronista, palestrante e membro da Academia Feminina de Letras de Montes Claros, faleceu aos 79 anos no último domingo (2). Viúva, deixa quatro filhos, quatro netos e um legado literário singular, marcado pela ternura e pela dedicação que permeiam sua vasta obra.

A escritora foi presidente da Academia Feminina de Letras e membro da Academia Brasileira de Letras dos Escritores Adventistas e da Academia Mundial de Letras da Humanidade. Professora aposentada, dedicou 40 anos ao magistério, sendo 25 na rede estadual de ensino e 15 na rede particular.

Autora de cinco livros, destacou-se com A Viagem da Letra X, uma obra voltada para o público infantil. O livro surgiu ainda em sala de aula, quando a escritora acompanhava as dificuldades dos alunos do ensino fundamental em relação aos sons da letra X. Diante da angústia das crianças com a escrita, nasceu a ideia de personificar a letra X em uma jornada em busca de sua identidade.

“Nasceu em Montes Claros e tinha tanto orgulho dessa terra, que em uma ocasião, queria até colocar em seu sobrenome o nome da cidade. Em nossa criação, ela sempre foi muito sábia. Nunca nos corrigiu com raiva, mas sabia enumerar todas as nossas travessuras desrespeitadas. Com meu pai, sempre nos ensinou a viver com honestidade, humildade, resiliência, amor ao próximo e, principalmente, amor a Deus”, declarou a filha Suzana Neves Damião, que também seguiu os passos da mãe na carreira docente — “Sempre foi uma pessoa muito viva, alegre, risonha e irradiava isso por onde passava”, completou. 

Para o jornalista e amigo Samuel Nunes, o nome de Terezinha Campos está intrinsecamente ligado à educação adventista montes-clarense. “As mãos, a mente e o seu coração formaram a tríade que fazia com que Campos, que é como eu costumava chamá-la, trabalhasse para o crescimento da Educação Adventista nesta cidade. Para o crescimento ainda mais da cultura, naquela que é considerada a cidade da arte e da cultura. Intelectual, escrevia e recitava com maestria suas poesias, suas obras literárias. Seu nome deu nome à Biblioteca do Colégio Adventista de Montes Claros, foi uma forma de prestar homenagem para ela em vida”, relata. 

A artista plástica e escritora Felicidade Patrocínio sente profundamente a dor da perda inesperada de uma amiga querida. “Terezinha era uma confreira muito presente, uma pessoa muito voltada aos livros. Seu nome já denominava mais de uma biblioteca. Uma escritora de excelente literatura e que nesta privilegiava muito as crianças e os jovens adolescentes em fase de formação. Foi presidente da Academia Feminina de Letras no auge da pandemia e mesmo assim conseguiu boas realizações, como, por exemplo, o ‘Concurso de Trovas’ com boa participação”.

O velório da poetisa norte-mineira foi realizado na última segunda-feira (3), em Montes Claros, reunindo familiares, amigos e colegas. 

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