entrevista

A volta da poesia de João Chaves

Lola Chaves fala de sua participação no projeto audiovisual que divulga ainda mais a vida e obra do compositor, poeta e músico montes-clarense

Adriana Queiroz
Publicado em 03/02/2023 às 22:23.
 (LEO QUEIROZ)

(LEO QUEIROZ)

Lola Chaves está prestes a celebrar 91 anos de idade. Bocaiuvense, veio para Montes Claros com 1 ano de idade. Gostava de cantar desde criança, sem nenhuma inibição ou constrangimento. 

Com participação de Beré Chaves, neta de João Chaves, conversamos com Lola e trazemos para os leitores de O NORTE histórias da filha da dona de casa Maria das Mercês Figueiredo Chaves (mulher habilidosa, na arte do crochê e tricô, que criava lindas peças, misturava cores, pontos e formatos) e do intérprete de notável valor, João Chaves, compositor de páginas que nunca serão esquecidas. 

Lola Chaves participa do projeto audiovisual “Concerto de Outono para João Chaves”, que acontecerá no mês de maio, em Montes Claros.  

Ela é uma das integrantes no coro feminino das três composições que serão apresentadas e na direção do grupo de serestas. Sobre sua participação, ela diz da primeira reação ao receber o convite. 

“Achei que era muita areia pro meu caminhãozinho” (risos), porque os integrantes do Grupo de Serestas Amo-te Muito talvez não conseguissem acompanhar os músicos da Orquestra Sinfônica, visto que não têm formação musical acadêmica. Sentimo-nos honrados com o convite e a iniciativa da minha sobrinha e afilhada Berenice”, conta. 

Lola Chaves atualmente é diretora do grupo de Serestas “Amo-te Muito”. O grupo foi fundado por dr. Francisco Alencar Carneiro, advogado contabilista e instrumentista, que tocava bandolim, no ano de 1978, com 10 integrantes. Inicialmente se chamava Grupo de Serestas Minas Gerais.
 
Qual música do seu pai é a sua preferida? Por quê?
Eu e Henrique Chaves, meu irmão, gostamos muito de “Eterna Lembrança”, assim como a professora Clarice Sarmento. Ela me toca muito com sua poesia e também pela sua construção melódica que leva o coro a emocionar a todos.
 
Como foi conviver com João Chaves, em meio à tanta genialidade? 
Lembro-me da minha mãe, porque a convivência com pessoas geniais é muito difícil. Meu pai quase não falava com os filhos, pois naquela época, a autoridade paterna não permitia que existisse muita intimidade entre pais e filhos, o que talvez pudesse comprometer o respeito, por isso era também bastante exigente conosco.
 
Como era a movimentação da casa e quais as melhores lembranças tem do seu pai?
Ele gostava de almoçar sozinho, somente com seus pensamentos. Era amante do silêncio e não gostava da casa com movimento de muitas pessoas de fora, embora recebesse muitos advogados que o visitavam para consultas jurídicas. Vale lembrar que o meu pai era autodidata, não tinha curso superior de Direito e quando quiseram dar-lhe o registro de advogado, recusou, dizendo que não tinha curso para isto.
 
Em sua opinião o que a obra musical de João chaves representa para a cultura brasileira?
Penso ocupa um lugar muito importante, tendo em vista que a mais famosa composição de meu pai, “Amo-te muito” é internacionalmente conhecida. Além do fato de que sua poesia é diversificada, fala de forma lúdica em ‘Chavinha’ e ‘Triste Recordação’, mas também profunda em temas que escolheu poetizar e musicar, sobretudo as que falam do amor e de saudade, sentimentos efêmeros entre a juventude, atualmente.
 
Com tantos anos de experiência no meio musical e cultural, qual balanço faz desse período? 
Valeu muito à pena! Feliz de quem faz o que gosta! 
 
Qual a sua expectativa para o resultado do registro e exibição do audiovisual do ‘concerto de outono pra João Chaves’?
Minha expectativa é a de que seja um grande sucesso e que o filme possa ajudar a divulgar ainda mais a vida e obra de João Chaves. 

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