entrevista

A arte de cantar e encantar

Solista de espetáculo teve encontro com a música aos nove anos de idade

09/03/2023 às 23:12.
Atualizado em 09/03/2023 às 23:16
 (FELIPE ELIZEU)

(FELIPE ELIZEU)

No elenco do audiovisual “Concerto de Outono para João Chaves”, que será exibido em maio deste ano, o cantor montes-clarense Anderson Passos, de 30 anos, conta como foi o convite para participar do projeto, interesse pela música e sua trajetória. O tenor se apresenta ao lado de Leila Britto na Opereta de João Chaves, mostrando seu talento incomum.

 Como surgiu o interesse pela música? 
Comecei a cantar, aos 9, 10 anos de idade. Amigos, pessoal da família falavam “nossa... você tem a voz bonita”! Aí comecei a cantar na igreja aos 10,11 anos de idade, e aquilo fui gostando de cantar, né? Estudei canto com os meus 14, e de lá pra cá, não parei mais. Estudei o canto lírico que também veio como um presente pra mim. Desde o início os professores tiveram essa sensibilidade. Fui apresentado à música erudita e amei desde mais novinho. E foi tudo acontecendo a partir daí, a dos estudos e as oportunidades foram surgindo. E as coisas foram desenvolvendo.

Você está no elenco do audiovisual “Concerto de Outono para João Chaves” que será exibido em maio deste ano. Como foi o convite para sua participação? 
Foi através da maestrina Maria Lúcia. Ela me chamou, conversou comigo a ideia do que era o projeto, como era a Seresta de João Chaves e foi a partir dela que passei a conhecer o Concerto de Outono. Até então, não tinha conhecimento. Achei fantástico poder registrar isso. São muito importantes esses registros, não é? Da história da nossa música. É fantástico!

Em qual composição você participa e qual seria o seu personagem? 
Participo da opereta “O Príncipe e a Camponesa”, que é uma versão de uma ária de ópera do Verdi, que é o ‘Parigi – o cara’, então, foi uma composição bacana, escrita para isso. E assim, lembra alguns trechos da ária.

Como foi o seu primeiro contato com a composição e como foi a gravação do áudio em estúdio?
Maria Lúcia me entregou as partituras e falou assim: - Olha, dá uma lida aí, dá uma estudada, a gente vai gravar isso e vai ser bacana. E aí juntamos voz e piano, e depois com foi a Leila Britto - um dueto - e aí nós cantamos juntos com a orquestra. A Orquestra fez uma gravação primeiro, depois nós colocamos as vozes e foi bem tranquila a gravação no estúdio. 

Com tantos anos atuando como artista, que balanço faz desse período?
Olha, hoje nós vivemos uma nova geração de músicos e um novo perfil de público, que consome a nossa música. E também um novo layout. Hoje a gente tem plataformas digitais, que você grava ali a música e coloca no spotfy, no Deezer, youtube, no Instagram, no Facebook. São redes sociais e também as plataformas digitais de streaming, mas o CD físico não existe mais, como antigamente a gente fazia. É uma pegada diferente, um público diferente e que tudo foi atualizado. Acredito que a pandemia contribuiu muito com isso, começou a passar a ser online, e então muita coisa passou a acontecer o também e a gente saiu da pandemia. É claro que as plataformas de streaming já existiam, mas as pessoas passaram a produzir muita coisa em casa, nos home-estúdios. Então isso é uma nova etapa que estamos vivendo e de muitos artistas novos, se despontando, aparecendo, sabe? Pessoas que não tinham tanta visibilidade e que hoje conseguem na sua própria casa, com equipamento bacana, fazer um trabalho legal, e disponibilizar isso pra todo mundo ouvir. Desse acesso, a poder gravar o seu trabalho, conseguir divulgar, deixar público o seu trabalho, uma facilitação. E isso é muito bom, porque novas pessoas vão surgindo, novos talentos, pessoas vão sendo descobertas e vão trazendo pra gente aquilo que é de precioso, que é a arte. A arte de cantar, a arte de se expressar, isso é fantástico! 

O que você teria a dizer sobre o talento do povo norte-mineiro, e que levou muita gente para grandes centros do país e exterior? 
Em Minas, no Norte de Minas, porque não Montes Claros em si, nós somos um celeiro de talentos. Tem tanta gente boa na nossa cidade! Aqui nós temos duas escolas, duas instituições fantásticas, que fomentam o ensino da música, que é o Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez e a Unimontes. A Unimontes com o curso superior e o Conservatório com o curso técnico e o curso fundamental de introdução à música.

Como foram as filmagens que você participou e como se sentiu interpretando e cantando em uma peça inédita do compositor montes-clarense João Chaves, depois de tanto tempo, já que ela foi composta no início do século passado? 
Pra mim foi um desafio, porque a gente sempre tem que trabalhar a parte musical, a parte do cantor, mas também a parte cênica, a parte teatral. Lido do muito com a parte musical, sempre fui um cantor, nunca fui um ator. Então o vídeo pra mim foi um desafio. Fiquei um pouco preocupado, confesso. Falei assim: nossa! Isso vai ser difícil pra mim, porque cantar é a minha praia, cantar é a minha área, mas atuar não, nem tanto. A gente se arrisca um pouco, atuando, mas olha, eu confesso: foi super tranquilo... fluiu assim de uma forma maravilhosa, na hora de fazer as gravações das imagens, a gravação do vídeo foi algo muito tranquilo. Samuel (diretor de arte) é uma pessoa extraordinária, captou imagens lindas e direcionou a gente, assim, de uma forma impecável, sabe? Que não nos deixou tensos, e tudo fluiu de uma forma maravilhosa! Foi muito bom!

Em sua opinião qual a importância de um projeto como esse para a cultura montes-clarense e brasileira?
A importância de deixar registrado. É uma importância histórica. A peça “O Príncipe e a Camponesa”, foi composta no início do século passado, então, olha o tempo que tem essa composição... Até o momento, acredito que não havia registro audiovisual disso. Então, a importância maior desse projeto é deixar registrada a música, deixar registradas as composições, porque se a gente não atualizar isso pode ir se perdendo no meio do caminho

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