No Norte homem ainda é o coronel

Jornal O Norte
15/09/2005 às 10:04.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:51

Lucy Soares


Repórter


lucy@onorte.net

Inaugurada há um mês, a defensoria pública da mulher de Montes Claros ainda está com demanda pequena. Segundo a defensora pública Margarida Maria Barreto Almeida, o homem do Norte de Minas é um berço do coronelismo.

- Infelizmente, temos que carregar isso, uma pesquisa apontou que em nossa região existe um índice alto de agressão às mulheres, no estado existem três defensorias, uma delas inaugurada recentemente, que é a nossa. O problema é que ainda não temos uma assessoria, estamos procurando uma parceria com a mídia, os destinatários desconhecem a oferta de nossos serviços. As mulheres estão procurando, sim, nossos serviços, mas nossa expectativa é que todas essas mulheres fiquem por dentro de tudo que temos para oferecer-lhes, esse contato com a imprensa vai nos ajudar até a encorajar essas mulheres. Precisamos acabar com esse medo que existe nelas, precisamos informá-las e encorajá-las. Uma grande maioria ainda está confundindo delegacia da mulher com defensoria, O objetivo da delegacia é fazer registros em processos criminais, é um órgão da polícia civil que reservou esse espaço para as mulheres, e admiro muito o papel da PC. A defensoria oferece à mulher uma assistência multidisciplinar. Temos uma parceria com um hospital da cidade, o HU, psicólogos, assistentes social, enfim, todo um conjunto para que a mulher recupere sua auto-estima.

A defensoria está bem equipada, com pessoal extremamente qualificado.




Homem continua coronel no Norte de Minas, é o que diz a defensora


pública da mulher Margarida Maria Barreto Almeida


(Foto: Adriano Madureira)

- Hoje mesmo começaremos um curso de capitalização. Nós conseguimos este espaço aqui para atender a todas, estamos aqui prontas para ajudar essas mulheres, mesmo para aquelas que não têm para onde ir, buscamos imediatamente a solução, mas também já está em andamento o abrigo que, através dele, essas mulheres poderão se sentir seguras, porque vamos amparar a todas, mas, por enquanto, estamos improvisando e, se tiver um caso desses, nós entramos com o pedido de separação de corpos, e imediatamente a saída do marido, tendo todo amparado policial e judicial, e também nosso objetivo é profissionalizar algumas dessas mulheres, que não é o caso de todas, temos mulheres com nível superior, funcionárias públicas, essas principalmente ficam constrangidas porque, além de sofrerem violência física, sofrem também psicologicamente.

Margarida Almeida, defensora pública e coordenadora da defensoria, fala que a situação existe e é comum, a mulher vem sofrendo há muito tempo todo tipo de discriminação e que essa é uma conquista da mulher, que não precisa ficar constrangida, pois a situação é normal, e que expondo sua intimidade o agressor vai sentir que a mulher é forte. O endereço da defensoria pública é: Rua Dom João Pimenta, 377, Centro. Horário: de 12 às 17 horas.

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