Tiago Severino
Correspondente
PIRAPORA - O vereador Jairo Guimarães está sendo acusado de ter cobrado propina no valor de R$ 100 mil, para aprovar os loteamentos Alphaville e Primavera, no ano de 2000, quando era secretário municipal de Turismo de Pirapora. Uma comissão foi formada para investigar a denúncia, que tem como base uma gravação telefônica em que o ele estaria conversando com Paulo Henrique Lepesqueur Brochado, dono da empresa responsável pelo empreendimento.
A comissão formada pelos vereadores João Batista de Oliveira Neto, Ildemar Cordeiro e Anselmo Caires já escutaram várias testemunhas, entre elas o ex-prefeito de Pirapora Leônidas Gregório de Almeida.
PEDIDO PARA CAMPANHA
No dia 12 de setembro, quando a câmara acolheu o pedido de CPI, Jairo se defendeu alegando que teria feito um simples pedido para a campanha de reeleição do ex-prefeito Leônidas, sem pedir nada em troca. Ao depor, Leônidas afirmou que a participação que teve durante o período eleitoral foi apenas para conseguir votos. A função financeira ficou a cargo de Jairo e do ex-chefe de gabinete Fernando Caires (Fernandinho).
- Fernando foi meu chefe de gabinete e decidiu muitas coisas sem meu conhecimento. Se hoje eu fosse reeleito, ele não seria nem porteiro na prefeitura - afirma Leônidas, que garantiu à comissão que na época Jairo não tinha influência na câmara, para conseguir aprovação dos loteamentos.
Recentemente, Paulo Henrique também depôs. Ele disse que, ao apresentar o projeto do loteamento à prefeitura, foi obrigado a tratar todo o assunto com Fernando Caires. Paulo declara ter gravado a conversa com Jairo.
- Jairo Guimarães foi pelo menos o portador da mensagem ou porta-voz de Fernando para me pedir dinheiro. Na conversa com Jairo é que fiquei sabendo do valor. Quase caí de costas - diz Paulo.
Fernandinho não foi encontrado para comentar o assunto.