A Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite e Multivacinação termina nesta sexta-feira (30) sem indícios de que irá atingir a cobertura desejada. 

De acordo com a assessoria de comunicação da prefeitura, até esta terça (27), apenas 45,54% do público alvo, crianças de até quatro anos, haviam recebido a vacina. Das 22.753 doses previstas, foram aplicadas 10.361. 

Valcir Soares, presidente de honra da Associação de Deficientes de Montes Claros convive com as sequelas da doença e lamenta a baixa cobertura. 

“Estou muito preocupado com os dados. Fui um dos últimos casos de polio depois da vacinação que praticamente erradicou a doença. Fiquei com as sequelas do lado esquerdo do corpo. Alerto aos pais que levem seus filhos. É uma gotinha, uma vacina tão simples e que pode fazer a diferença” , diz Valcir, que caminha com apoio de uma bengala. 

A pediatra Oriana Vieira Carneiro explica que a vacinação é necessária a partir dos dois meses de idade. Alerta que as crianças que não são vacinadas correm o risco de se infectar e desenvolver a polio. E o adulto que nunca tomou uma dose, se for imunologicanente comprometido e tiver baixa imunidade, também pode desenvolver. 

A poliomielite ou paralisia infantil compromete o sistema nervoso e tem sintomas inespecíficos, semelhantes a um processo viral. 

“Dor de garganta, febre, dor de cabeça, náuseas, dor no corpo, as vezes constipação intestinal, são alguns dos sintomas. Nem todos vão ter paralisia infantil, mas podem ter paralisia de algum músculo. O vírus fica no intestino. A transmissão pode ser fecal, oral, provenientes do contato com secreções de tosse ou saliva”, detalha.

De acordo com Agna Menezes, coordenadora de Vigilância Epide-miológica da Diretoria Regional de Saúde em Montes Claros, a cobertura está baixa e apenas oito municípios haviam cumprido a meta. Sobre uma possível prorrogação da campanha, não existe previsão.

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