OTeste do Pezinho permite diagnósticos precoces e tratamentos imediatos
Jhullie Rodrigues e o filho Oliver: Teste do Pezinho detectou resíduos de antibiótico no organismo do bebê (ARQUIVO PESSOAL)
O Programa de Triagem Neonatal (PTN) conhecido como “ teste do pezinho”, completa 31 anos no Estado de Minas Gerais. Desde a sua implantação, em 1993, foi realizada a triagem de mais de sete milhões de recém nascidos, em 3.823 UBS no Estado. Por meio do teste realizado nos primeiros dias de vida do recém-nascido, é possível identificar enfermidades ou condições raras.
Para a jornalista Jhullie Rodrigues é inquestionável a necessidade do exame, porque ele entrega diagnósticos de doenças que podem ser tratadas rapidamente e dá à criança, a possibilidade de crescimento saudável. Durante a gestação ela teve um quadro de covid e posteriormente, pan-sinusite (sinusite agravada). O uso de antibióticos deixou resquícios no sangue do bebê. “Quando o Oliver nasceu, a gente fez o exame e aí ele deu uma adoecida. Ficamos com ele no hospital e foi preciso repetir o exame porque deu uma alteração”, conta a mãe. Com o resultado do teste veio também a tranquilidade de saber que não havia algo grave. “A investigação é tão minuciosa que eles acharam estranha a presença daquele remédio. Reavaliaram o sangue dele e entenderam que era resquício do medicamento, mas que não havia nenhuma alteração. Esse teste é tão importante que eles conseguem perceber detalhes e salvar inúmeras vidas. Eu aconselho a todas as mães que não deixem de fazer”, declara.
Para colher o sangue é feita uma punção no calcanhar do bebê, entre o terceiro e o quinto dia de vida. As gotinhas são colocadas em um filtro e enviadas ao Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad) do Hospital das Clínicas em Belo Horizonte. Em 2024 o número de doenças detectadas por meio do teste pelo SUS, aumentou de 12 para 15. Foram incluídas no rol de enfermidades , a Atrofia Muscular Espinhal (AME), a Imunodeficiência Combinada Grave (Scid) e a Agamaglobulinemia (Agama). </CS></CW>
A pediatra Oriana Vieira Carneiro explica que o exame é obrigatório em todo território nacional, podendo ser protelado um pouco mais se o bebê é prematuro. Neste caso específico são realizadas três coletas, no quinto, décimo e trigésimo dia.
“A mãe já sai da maternidade com orientação de ir ao posto de saúde colher o material. Às vezes faz isso no próprio hospital. Em caso de ter condição de fazer particular, existe o teste plus, que abarca um maior número de diagnósticos. Pelo SUS agora são 15 doenças. O Plus, 35 doenças e ampliado, 65 doenças”, diz a médica, acrescentando que com a não realização do teste, a mãe tira da criança o direito de ter um controle a médio e longo prazo. “Pode ocorrer por exemplo, um hipotireoidismo que traz alterações no desenvolvimento, fibrose cística que compromete o pulmão, entre outras. Cada doença pode trazer um tipo de comprometimento, mas muitas delas são passíveis de tratamento e se detectadas precocemente trazem qualidade de vida a essa criança”, finaliza.