A chegada do inverno vem acompanhada de preocupação do sistema público de saúde com a frequência das doenças respiratórias como gripe, resfriados, covid-19 e bronquiolite. A vacinação continua sendo a principal estratégia para evitar o agravamento das doenças, mas, conforme a Secretaria de Estado da Saúde, a cobertura em todo o Estado está distante do ideal. Entre janeiro e junho de 2025 foram distribuídas mais de 7,8 milhões de doses da vacina contra a gripe e 1,2 milhão de doses contra a covid-19 para os municípios mineiros, entretanto, apenas 44,1% do público-alvo — gestantes, crianças e idosos — se vacinaram contra a gripe. A meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é de 90%. Em relação à covid-19, 88,7% dos mineiros completaram o esquema primário (duas doses), 59,08% receberam três doses, e apenas 21,72% tomaram a vacina bivalente, que amplia a proteção contra variantes do coronavírus.

A médica Oriana Vieira Carneiro explica que a baixa umidade e o ar mais seco e frio, predispõem a maior incidência de quadros virais, e, a campanha de vacinação começou em abril justamente para proteger esse público mais vulnerável, de crianças, idosos ou pessoas que pelo exercício da atividade laboral, circulam em ambientes mais cheios. Para os grupos de maior vulnerabilidade, a recomendação é a vacinação tanto contra o vírus da gripe, que é o Influenza, quanto contra o vírus da Covid. “Porque a pandemia acabou, mas o vírus continua circulando. O ideal seria que todos se vacinassem, para que a gente conseguisse ter o menor número de pacientes evoluindo com quadros de gripe mais grave, que levam à internações ou a complicações como pneumonias virais, sinusites, otites, entre outras, que aparecem com maior frequência nesse período também”, disse a médica. 

Em relação aos sintomas das doenças respiratórias, a médica afirma que embora pareçam a mesma coisa, há diferenças importantes. “A vacina do posto de saúde contra gripe, protege contra três sorotipos do vírus. Mas existem mais de 200 tipos de vírus que causam resfriado, e não é gripe. Os sintomas do resfriado são idênticos aos sintomas da Covid e iguais também aos sintomas da gripe, sendo que, a Covid e a gripe, trazem um quadro de mais prostração, de febre e deixam a pessoa acamada. O resfriado, que também é causado por vírus e que não tem vacina para prevenção, tem os mesmos sintomas, mas com menor intensidade”, diz.

Cuidados
De acordo com Oriana, além da vacinação, há cuidados simples que podem ser aplicados no dia-a-dia e que contribuem para um ambiente mais saudável. Um deles é o uso de umidificadores no ambiente de trabalho ou em casa. Outra medida é deixar o ambiente mais arejado, com janelas abertas, para que o ar circule e não fique acumulado, pois, em ambientes fechados há uma maior probabilidade de se contrair virose. Segundo a médica, uma iniciativa importante, mas nem sempre possível, é a de evitar locais com trânsito intenso de pessoas.”Quando não houver possibilidade de evitar saídas, recorra ao uso de máscaras que é uma forma segura de proteção, principalmente para a pessoa que estiver resfriada, para não transmitir a outros”, afirma. Ela lembra que a higienização das mãos deve ser feita com frequência, sobretudo para quem trabalha como cuidador de idosos ou de crianças. Para aqueles que já estão gripados ou resfriados, a médica recomenda que seja feita também a higienização do nariz. “Se está com muita secreção, higienize nariz e mãos, para evitar de conduzir esse vírus para pessoas com as quais você vai ter contato”, conclui.