O último LIRAa, índice que mede nível de infestação do mosquito transmissor da dengue, mostra que em Montes Claros atualmente o risco é médio para a doença.
O número registrado na coleta feita de 27 de junho a 6 de julho foi 2,6%, menor do que o LIRAa 2 apresentado em abril deste ano e que indicava um índice de 5,2%, bastante superior aos 3,9% preconizados pelo Ministério da Saúde como alto risco.
Em junho, a cada 100 casas visitadas pelos agentes da Zoonoses, de duas a três casas apresentaram criadouros do mosquito Aedes aegypti. Apesar da queda nos números, o alerta continua aceso para a população.
A médica e jornalista Mara Narciso teve dengue com sintomas moderados. Já o filho Fernando Yanmar teve a doença três vezes, com manifestações fortes. Além da dengue, mãe e filho foram vítimas de uma outra enfermidade transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti.
“Meu filho Fernando e eu tivemos chikungunya em fevereiro. Em mim, foi grave. Fiquei com sequelas, como queda acentuada de cabelos e poliartrite”, conta a médica que cultiva plantas em casa, mas está atenta à presença do mosquito, que eventualmente ronda a vizinhança.
“Tenho vasos de plantas com pratos, alguns virados. Caixa d’água sobressalente, que mantenho vedada. Procuro evitar água parada, mas tenho bromélia e dois ralos de chuva no quintal que ficam cheios de água. De vez em quando tem larvas. Esvazio o local e jogo água fervendo ou água sanitária. Sempre observo mosquito da dengue aqui pelo Jardim São Luiz”, declara.
Moradora do Augusta Mota, a dona de casa Vera Nunes se preocupa com os lotes vagos ao redor da residência. Para cultivar as plantas em casa, diz que molha apenas o suficiente para mantê-las vivas.
“É um cuidado para afastar o mosquito. Dá para ter planta em casa sem representar perigo, mas, por outro lado, estamos cercados de lotes vagos, que acumulam lixos de todo tipo e isso traz o perigo para dentro de casa. Não adianta você cuidar se o vizinho ou o poder público não fizerem a parte deles”, afirma Vera.
Vizinha dela está a servidora pública Edina Ramos, que mora em um apartamento e considera a situação tranquila.
“Tenho algumas suculentas e quando lembro de molhar, eu cuido para não correr este risco. Os lotes vagos devem ser observados e denunciados caso estejam ameaçando a saúde pública. Não uso repelente por que não senti necessidade”, pondera.
De acordo com Geraldo Assis, coordenador do CCZ, as orientações do Ministério da saúde estão sendo seguidas e no princípio de novembro sai um novo LIRAa, que vai revelar o diagnóstico de toda a cidade, como os bairros com maior infestação, tipos de locais propensos a atrair o mosquito e orientações para a população.
“Ainda é prematuro falar sobre números. O cenário modificou um pouco. No anterior, tínhamos a pandemia em curso, agora é um outro momento. Só a partir do LIRAa é que teremos um panorama real da situação”, disse Geraldo, complementando que as visitas dos agentes às residências foram retomadas e a população deve recebê-los mediante identificação, pois a ação ajuda traçar o plano de combate ao Aedes Aegypti.