Em Minas Gerais, até a última quarta-feira (31), 147 casos da doença foram confirmados
A febre Oropouche é transmitida pela picada do mosquito Culicoides paraenses ou Culex quinquefasciatus, mais conhecido como maruins, mosquitos pólvora, polvinha, mosquitos do mangue, maruim, meruim, ou meruí (Bruna Laís Sena do Nascimento/Laboratório de Etimologia Médica/SEARB/IEC)
Com 147 casos de febre de Oropouche confirmados neste ano em Minas Gerais, nesta última quarta-feira (31), a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros reforçou com os 54 municípios que compõem a sua área de atuação a importância das ações de vigilância epidemiológica e de saúde contra a doença. O alerta é do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) e aconteceu durante reunião do Comitê de Monitoramento de Eventos (CME), realizada por meio de videoconferência.
A febre Oropouche é transmitida pela picada do mosquito Culicoides paraenses ou Culex quinquefasciatus, mais conhecido como maruins, mosquitos pólvora, polvinha, mosquitos do mangue, maruim, meruim, ou meruí, que significa mosca pequena. As picadas podem causar desconforto, insônia e irritabilidade.
“As gestantes e os recém-nascidos precisam obter atenção especial dos serviços de saúde com relação às arboviroses e, sobretudo neste momento em que está havendo aumento de casos notificados e confirmados de febre Oropouche”, frisou a coordenadora de vigilância em saúde e do Cievs Regional de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes.
A coordenadora observou que “a doença tem sintomas parecidos com os da dengue e da febre chikungunya, o que compreende dores de cabeça, muscular e nas articulações, além de náuseas e diarreia. Por esse motivo, é importante que todos os serviços de saúde estejam atentos e realizem a coleta de amostras para análise laboratorial, a fim de que seja possível identificar e notificar, em tempo oportuno, as causas de adoecimento da população, incluindo a febre Oropouche”, alertou Agna Menezes.
Dados da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) apontam que até o dia 30 de julho o Laboratório Central de Saúde Pública da Fundação Ezequiel Dias (Funed) identificou 147 amostras que testaram positivo para a febre Oropouche. Os casos estão distribuídos da seguinte forma: 96 em Joanésia; 30 em Coronel Fabriciano; 15 em Timóteo e 3 em Ipatinga. Em Congonhas, Coroaci e Gonzaga foram confirmados um caso da doença em cada localidade.
Além de abordar o tema na reunião desta quarta-feira, o Cievs Regional de Montes Claros encaminhou para os municípios e para os núcleos hospitalares de vigilância epide-miológica, comunicado da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) alertando sobre a situação da febre Oropouche nas Américas e a ocorrência de transmissão vertical da doença (de mãe para filho) no Brasil.
A transmissão vertical ocorreu no município de Rio Formoso, estado de Pernambuco. Envolveu uma gestante sem histórico de viagem. A detecção da morte fetal aconteceu em junho e, de acordo com exames laboratoriais realizados no Instituto Evandro Chagas, foi confirmada a transmissão vertical da doença.
No Brasil a maioria dos casos foram registrados na região Norte. A região amazônica é considerada endêmica, concentrando 78% dos casos: Amazônia (3.228); Rondônia (1.713); Acre (263); Roraima (191); Pará (74) e Amapá (1).
Além disso, segundo o alerta epidemiológico da OPAS, “a transmissão autóctone (local) foi documentada em nove estados não amazônicos, alguns dos quais não haviam reportado casos anteriormente: Bahia (790); Espírito Santo (374); Santa Catarina (135); Minas Gerais e Mato Grosso (83 casos em cada localidade até o dia 16 de julho); Rio de Janeiro (58); Piauí (19); Pernambuco (9) e Maranhão (3).