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saúde

Região ganha reforços contra a doença de Chagas

Rastreamento por ECG foi apresentado às microrregiões de Saúde de MOC e Bocaiuva

Da Redação
Publicado em 07/03/2024 às 21:10.

Aprimoramento do Projeto de Rastreamento da Doença de Chagas em Montes Claros (Pedro Ricardo)

Na última semana, técnicos ligados aos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) e de Vigilância Epidemio-lógica e de Saúde de 12 municípios das micror-regiões de Montes Claros e Bocaiuva tiveram a oportunidade de se familiarizar com os pormenores do Projeto de Rastreamento da Doença de Chagas. Esse rastreamento envolve a realização de exames de Eletrocardiograma (ECG). A iniciativa é conduzida pelo Centro São Paulo–Minas Gerais para Tratamento da Doença de Chagas (SaMi-Trop), que, desde 2013, realiza pesquisas dedicadas a doenças negligenciadas. O Centro é formado por colaboradores científicos de quatro instituições de ensino: Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) e a Universidade de São Paulo (USP).

Com atividades previstas para serem iniciadas na segunda quinzena deste mês, no período de um ano, pessoas residentes nos municípios de Bocaiuva, Claro dos Poções, Engenheiro Navarro, Francisco Dumont, Glaucilândia, Guaraciama, Itacambira, Joaquim Felício, Juramento, Mirabela, Montes Claros e Olhos D´Água que forem submetidas a exames de eletrocardiograma terão os laudos analisados por sistema de inteligência artificial. Quando forem identificadas alterações sugestivas para a doença de Chagas, um sistema de alerta informará esse resultado aos serviços de vigilância epidemiológica do município de residência do paciente. 

O projeto começou a ser implementado em abril de 2023, na microrregião de Saúde de Monte Azul e, no segundo semestre, contemplou cinco municípios da microrregião de Saúde de Coração de Jesus. Já em fevereiro deste ano, a iniciativa foi adotada por seis municípios da microrregião de Saúde de Francisco Sá.

João Alves Pereira, coordenador de Assistência à Saúde na SRS Montes Claros, explica que a previsão é de que, na segunda quinzena deste mês, o Projeto seja apresentado a gestores e referências técnicas de Atenção Primária e de Vigilância em Saúde das microrregiões de Saúde de Salinas, Taiobeiras e Janaúba. Isso porque, ainda neste semestre, o projeto será estendido para todas as microrregiões da área de atuação da SRS Montes Claros, com prazo de duração de um ano.

“Trata-se de uma iniciativa muito importante para o Norte de Minas pois, assim como outros agravos negligenciados, a doença de Chagas está associada a situações de pobreza envolvendo pessoas que residem em imóveis em situações precárias”, destaca o coordenador. Ele informa ainda que “o projeto constitui uma grande oportunidade para o Norte de Minas contribuir para o avanço do diagnóstico, acompanhamento e tratamento de pacientes, além de viabilizar a eficácia e a introdução de novas tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS)”, avalia João Alves.

A doença de Chagas é transmitida por diferentes vias, sendo a vetorial que envolve espécies de triatomíneos, insetos chamados popularmente de barbeiros. Estima-se que, no mundo, entre 6 e 8 milhões de pessoas têm a doença e mais de 75 milhões moram em áreas de risco de contágio. 

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