Cirurgias de otoplastia – para correção de orelhas de abano – estão sendo realizadas em Montes Claros por meio de uma parceria entre o Projeto Orelhinha e o Hospital Aroldo Tourinho (HAT).

A iniciativa tem como objetivo oferecer o procedimento com profissionais especializados à população da região. “O Projeto Orelhinha é uma iniciativa contra o bullying, porque a otoplastia é uma cirurgia social”, explica o médico idealizador do projeto, Marcelo Assis.

“Percebemos que esse procedimento gera autoestima para o paciente. Então, essa é uma cirurgia não apenas estética, mas também social”, afirma o médico.

De acordo com Marcelo Assis, a técnica usada é de rápida execução, sendo menos invasiva para o paciente e com melhor recuperação das atividades diárias. “E de baixo custo, por isso revolucionou a otoplastia. O paciente opera e pode ir para casa no mesmo dia”, explica.

A otoplastia é considerada uma cirurgia estética, por isso não é ofertada de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nem por convênios. A parceira entre o HAT e o Projeto Orelhinha torna a cirurgia acessível à população, oferecendo-a de forma facilitada.

“Por isso é importante ressaltar que somos uma instituição filantrópica e temos por finalidade ofertar uma saúde de qualidade, quando não gratuita, mais acessível. Essa parceria com o Projeto Orelhinha não só busca oferecer ao cliente uma mudança estética, mas resgatar a autoestima das pessoas que se submetem ao procedimento”, ressalta a superintendente do HAT, a enfermeira Ana Paula Lopes Santos Guerra.
 
COMO PARTICIPAR
Para ter acesso ao procedimento, é preciso se cadastrar no projeto. Todo o processo é feito de forma on-line, basta entrar em contato no número 0800-780-7804 ou pelo site projetoorelhinha.com.br. Lá, o interessado irá encontrar o passo a passo para o cadastramento.

“Estamos realizando esse procedimento aqui na região, sendo o Hospital Aroldo Tourinho a referência para o atendimento, para facilitar o acesso para as pessoas que precisavam ir para os grandes centros”, diz Marcelo.
 
CIRURGIA
A otoplastia é um tipo de técnica cirúrgica que serve para melhorar a condição das orelhas. Principalmente daquelas que possuem uma aparência indesejada, seja pelo formato ou tamanho.

A intervenção está diretamente ligada à autoestima de crianças, jovens, homens e mulheres, pois pode devolver o bem-estar, além de tornar o membro mais simétrico em relação às demais características do rosto de um indivíduo.

A cirurgia pode ser realizada em pacientes a partir dos 6 anos. Para o médico do projeto e cirurgião plástico do HAT, Guilherme Veloso, existe uma viabilidade no projeto, pois é um procedimento com baixo índice de reaparecimento, com diversos benefícios para o paciente. 

“Temos muita demanda na região e nós conseguiremos atendê-la fazendo esse trabalho social. O hospital sempre nos dá apoio para novas parcerias e isso é fundamental. Estamos conseguindo, por meio de novos projetos, facilitar o acesso da população a procedimentos de qualidade e segurança”, afirma.
 
AUTOCONFIANÇA
O estudante A.D., de 18 anos, se sentia incomodado com o tamanho e formato das orelhas. Aos 14 anos pediu aos pais para que o levassem ao médico. “Me sentia diferente dos outros, me incomodava socialmente”, conta. 

O procedimento devolveu a autoconfiança ao jovem. “Não era uma pessoa com baixa estima, mas depois da cirurgia, me senti mais confiante. Agora não me sinto diferente dos outros”, celebra.

O estudante diz que só quem tem as orelhas dessa forma sabe a importância da realização da cirurgia. “As pessoas que não têm pensam que é besteira. Mas, se a situação incomoda, é importante fazer a cirurgia para se sentir melhor consigo mesmo”, explica.

A mãe de A.D. conta que quando realizou a cirurgia do filho o custo foi bem elevado. Por isso, se diz feliz em saber que está acontecendo este projeto na cidade, para ajudar quem precisa e não tem condição financeira.

“Ele realizou a otoplastia em 2018 e pagamos quase R$ 6 mil. Acho bom outras pessoas terem a possibilidade através deste projeto, diminuindo o custo para quem precisa. Vi que foi uma decisão acertada a cirurgia, meu filho ficou muito feliz com o resultado”, destaca.

O HAT não informou o valor que será cobrado de quem buscar pelo atendimento, pois pode variar de acordo com o quadro de cada paciente.