A ingestão regular de bebidas alcoólicas pode contribuir severamente para o desgaste de um dos principais elementos do sistema cardíaco humano: as artérias. Cientistas britânicos acompanharam 3.896 voluntários durante 25 anos e observaram que os homens que bebiam quantidades acima das consideradas seguras apresentavam endurecimento dos vasos que distribuem o sangue pelo corpo, sintoma que pode servir como mais um alerta para os prejuízos causados pelo álcool.
A rigidez arterial é um fenômeno que sempre chamou a atenção de especialistas na área cardíaca. Ela é um indicador importante do envelhecimento cardiovascular e é conhecida por estar fortemente associada com doenças cardiovasculares e a mortalidade. No estudo, foram avaliados participantes com idade entre 30 e 50 anos. Nenhum deles apresentava problemas cardíacos e a maioria era homens (73%).
AO LONGO DE 25 ANOS
Durante 25 anos, os pesquisadores compararam dados sobre a ingestão de álcool dos voluntários com medições da velocidade de fluxo das principais artérias do pescoço e da coxa. A determinação da Associação Americana do Coração, que define como consumo moderado de álcool a média de uma a duas doses de bebidas por dia para homens e uma dose de bebida para mulheres, serviu como base de comparação. Os investigadores descobriram que os homens que bebiam quantidade maior do que a que foi estabelecida apresentaram maior rigidez arterial.
A equipe ainda não sabe dizer como o álcool provoca a aterosclerose, mas levanta uma hipótese. Eles sabem que o consumo moderado da bebida aumenta os níveis de HDL, também conhecido como bom colesterol, que consegue absorver a gordura depositada nas artérias. O consumo exagerado de álcool, por outro lado, não provocaria esse efeito.