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Norte de Minas se mobiliza para o enfrentamento da sífilis na região

Da Redação
Publicado em 08/10/2024 às 19:00.

A enfermidade pode ser identificada através dos serviços de cuidados primários, com a aplicação de exames rápidos oferecidos nos postos de saúde básica (ROVENA ROSA/AGÊNCIA BRASIL)

O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) e as Coordenadorias de Vigilância Epidemiológica e de Saúde da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, estão reforçando com as secretarias municipais de saúde do Norte de Minas a necessidade de implementação de ações de mobilização da população para a prevenção contra a sífilis. O terceiro sábado (19) deste mês, é o Dia Nacional de Combate à Sífilis Congênita. Em nível nacional, o agravo tem apresentado aumento progressivo das taxas de transmissão vertical (das gestantes para bebês).

Para o reforço da programação das ações de mobilização contra a doença, no próximo dia 15 de outubro a SRS realizará reunião com os coordenadores municipais de vigilância epidemiológica e referências técnicas de sífilis. Já no dia 25 desse mês está programado o webinário “Capacitação técnica profissional sobre o agravo”.

A sífilis é transmitida por meio de relações sexuais desprotegidas, sangue ou produtos sanguíneos (agulhas contaminadas ou transfusão com sangue não testado), além da transmissão da mãe para o filho em qualquer fase da gestação, no momento do parto ou pela amamentação. O tratamento é estendido aos parceiros sexuais e é feito com antibióticos, além de ser acompanhado com a realização de exames clínicos e laboratoriais para avaliar a evolução da doença.

“Trata-se de uma infecção curável, com tratamento relativamente simples, mas pegar uma vez não confere imunidade. Nas formas mais graves da doença, como na fase terciária, o não tratamento adequado pode levar à morte. O uso de preservativos (tanto femininos como masculinos) durante todas as relações sexuais é a maneira mais segura de prevenir a doença. O acompanhamento das gestantes e dos parceiros durante o pré-natal contribui para o controle da sífilis congênita”, explica a referência técnica da SRS, Adriana Barbosa Amaral.

Pelo fato de ser uma doença para a qual existe a possibilidade de diagnóstico precoce e ser detectada pelos serviços de atenção primária, com a realização de testes rápidos disponibilizados nas unidades básicas de Saúde (UBS), Adriana Amaral reforça que “temos condições reais de deter o avanço da transmissão. Mesmo porque, trata-se de uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) exclusiva do ser humano”. 
 
NORTE DE MINAS
Com relação aos 54 municípios que integram a área de atuação da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, Maria Regina de Oliveira Morais, referência técnica da Coordenadoria de Vigilância em Saúde explica que “embora a frequência de sífilis adquirida (44,75% por 100 mil habitantes) esteja abaixo da média nacional, o número de casos está aumentando. Saltou de 36 notificações em 2017 para 735 casos registrados no ano passado. Já nos sete primeiros meses deste ano a região contabiliza 792 casos de sífilis adquirida, superior a todo o ano de 2023”.

Também na área da SRS, a taxa de frequência de sífilis em gestantes está aumentando. Saltou de 174 notificações em 2017 para 335 casos no ano passado. Por outro lado, entre janeiro e julho deste ano foram notificados 205 novos casos positivos para a doença. A taxa de incidência está em 24,5%.

Ainda na área de atuação da SRS, a taxa de frequência de sífilis transmitida de gestantes para bebês vem caindo, embora ainda esteja se mantendo acima da média nacional e do estado. Entre 2017 até julho deste ano foram notificados 1.068 casos e a taxa de incidência está em 11,3% para cada mil nascidos vivos. A média de incidência do estado é de 9,5% e a do país 10,3%.

O Sistema de Agravos de Notificação aponta que entre 2017 e 2024 ocorreram 36 óbitos por sífilis na área de atuação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros. Trinta e dois casos tiveram como vítimas bebês; três casos foram diagnosticados como sífilis adquirida e um óbito envolveu uma gestante.  
 
RECOMENDAÇÕES
Entre as sugestões apresentadas aos municípios, a coordenadora do Cievs Regional e da vigilância em saúde na SRS Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, aponta a necessidade de ampliação da testagem rápida, inclusive com a realização de ações fora das unidades de saúde; o investimento na qualidade do pré-natal com a realização da testagem da gestante, tratamento e monitoramento dos casos positivos, incluindo os parceiros.

“Combater a sífilis adquirida tem impacto importante na contenção da transmissão da doença, inclusive das gestantes para os bebês”, pontua a coordenadora.

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