Com a disponibilização de recursos financeiros para a compra de equipamentos e trabalhos de campo, entre eles a realização de mutirões de limpeza, capacitação e implementação de ações de mobilização da população, de gestores e de profissionais de saúde, nas dezesseis primeiras semanas epidemiológicas deste ano o Norte de Minas contabiliza uma queda de 97,07% de casos confirmados de arboviroses (dengue, febre Chikungunya e Zika vírus), em comparação ao mesmo período de 2024. O ano passado foi considerado o pior período epidêmico já verificado no estado, com mais de 1,3 milhão de casos confirmados de dengue e ocorrência de 1.188 óbitos.
Nas primeiras 16 semanas epidemiológicas do ano passado haviam sido confirmados 55.867 casos de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypty nos 86 municípios que compõem a macrorregião de Saúde do Norte. Já em 2025, até o momento foram confirmados 1 mil 633 casos.
Neste ano, os óbitos em investigação também caíram de forma expressiva. Até o momento dois casos estão sendo investigados nos municípios de Espinosa e São João da Lagoa, tendo como possível causa arboviroses. Já em 2024, até a semana epidemiológica 16 estavam sendo investigados 18 óbitos, possivelmente ocasionados por dengue, febre Chikungunya ou Zika vírus. Comparando os dois períodos de semanas epidemiológicas, neste ano a redução dos óbitos em investigação chega a 88,8%.
Agna Soares da Silva Menezes, coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) e da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros avalia que, depois de um intenso trabalho de repasse de orientações aos municípios para o reforço das ações de vigilância epidemiológica e de saúde, os resultados estão surtindo efeitos positivos. “Além de recursos financeiros disponibilizados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), as ações de capacitação executadas pela SRS, de mobilização da população, de gestores, e dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e de Agentes Combate a Endemias (ACEs) têm obtidos resultados efetivos”.
Porém, alertou a coordenadora, “como ainda estamos no período de maior transmissão de doenças causadas pelo Aedes aegypti e alternância de períodos de chuva e de calor, as ações de vigilância precisam ser mantidas por parte dos municípios, bem como a mobilização da população para o controle de focos de proliferação do mosquito dentro de residências”.
CENÁRIO
Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses mantido pela SES-MG apontam que, até a semana epidemiológica 16, neste ano, o Norte de Minas contabiliza 1.593 casos confirmados de dengue, o que representa 97,06% de queda em relação a 2024, quando foram confirmados 54.207 casos da doença.
Em relação à febre Chikungunya o percentual de queda nas 16 primeiras semanas epidemiológicas deste ano chega a 97,58%. Caiu de 1.656 casos confirmados em 2024 para 40 neste ano.
Por outro lado, os casos prováveis de Zika vírus apresentam neste ano redução de 78,57%. Caíram de 14 casos prováveis em 2024 para três neste ano.