Seis morcegos encontrados no perímetro urbano de Montes Claros e um na zona rural foram diagnosticados positivos para raiva. O responsável pelo controle dos transmissores da raiva (morcegos vampiros da espécie Desmodus rotundus) em Minas Gerais, Jomar Zatti Pereira, explica que é normal que ocorram estes períodos de transmissão. Os trabalhos estãovoltados para combater o avança da doença. 

“De dez em dez anos há um aumento do vírus da raiva. Ele já vem circulando no país de 2018 para cá. Desde então, temos casos entre os morcegos. Com a pandemia, tivemos que esperar um momento melhor para voltar aos trabalhos. Agora estamos treinando o pessoal da saúde e do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) para controlar esta enfermidade”, informa. 

Jomar avisa que o IMA vem fazendo um trabalho de controle de população dos morcegos, com a intenção de controlar o maior transmissor. 

“Diminuindo a população desse Desmodus, diminui quantitativamente a circulação do vírus rábico em uma determinada região. E é o que estamos fazendo na região de Montes Claros”, informa. 
 
PREVENÇÃO
“Nós estamos agora na fase da prevenção. Há mais de 20 anos não temos casos de raiva em cães e gatos em Montes Claros. Só que é muito fácil um gato comer um desses, porque são encontrados em calçadas, em praças, dentro das casas. Se comer, vai se contaminar. E é muito fácil repassar para o ser humano. Se achar um morcego em casa, em horário estranho, ou morto, entrar em contato com o CCZ, para poder recolher e encaminhar pra análise”, informa o médico veterinário do Centro de Controle de Zoonose (CCZ) de Montes Claros, Joel Fontes. 

Ele explica, ainda, que se esse morcego encontrado estiver com o vírus, será feito um bloqueio de foco, vacinal ao redor, que a CCZ irá fazer a apreensão de cães e gatos nas ruas, para vacinar, castrar e depois retornar com eles, onde foram encontrados.  

Jomar Zatti finaliza dizendo que o morcego não é o vilão. 

“Ele é importante porque ele é como se fosse um alerta. Não se pode mata. É ficar sempre atento para evitar os problemas com essa doença porque ela é muito séria”, alerta.

Risco de ataque a pessoas

Em relação ao risco de os morcegos atacarem as pessoas, o responsável pelo controle dos transmissores da raiva em Minas, Jomar Zatti Pereira, informa que, caso seja contaminado, é preciso se vacinar o mais rápído possível. 

“Se não vacinar rapidamente, o vírus evolui e cai na medula espinal central e aí não tem mais jeito, é morte na certa”, avisa. 

O médico veterinário do Centro de Controle de Zoonose (CCZ) de Montes Claros, Joel Fontes, alerta para a população ficar atenta para eventual transmissão em humanos e animais domésticos. 

SANGUE
“É preciso estar atento a doença, porque o morcego hematófogo, que é esse último achado, é uma das poucas espécies que se alimenta de sangue. E como o vírus da raiva é transmitido através da saliva, um morcego desse pode contaminar diversos animais. E dentro desses animais, temos aqueles próximos à gente, como cães e gatos”, alerta o médico.  

Para Joel, é importante que a população fique atenta na questão da vacinação dos animais, principalmente os cães e gatos, e na zona rural sempre vacinar os bovinos, equinos, para que não se tenha problema com a doença. (LD)

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