O 2º Ciclo de Formação Presencial do Selo Unicef reuniu, nesta última terça-feira (26), representantes dos 151 municípios mineiros participantes no auditório da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (AMAMS), em Montes Claros. O encontro teve como foco o tema “Construindo e Fortalecendo a Atenção Primária à Saúde para Vacinação, Nutrição e Saúde de Adolescentes”.
A coordenadora-chefe do Unicef para Minas Gerais, Bahia e Sergipe, Helena Oliveira, destacou o papel estratégico da cidade. Segundo ela, “Montes Claros é a cidade referência para a realização desses ciclos formativos, que envolvem, vários municípios”. Ela reforçou que o Unicef intensifica o apoio especialmente aos municípios com maiores dificuldades de acesso a populações indígenas ou quilombolas. “Estamos mais juntos desses exatamente para apoiar e dar condição para que fortaleçam suas capacidades”, explicou.
Para ela, o objetivo final é que cada município avance de forma autônoma. “Acreditamos que ele não pode ficar dependendo eternamente do Unicef. Trazemos informação qualificada para que possa andar com as próprias pernas e desenvolver suas próprias capacidades”. A coordenadora explicou que os encontros ajudam os municípios a identificar demandas específicas, inclusive de populações quilombolas e indígenas. “Os municípios saem daqui com deveres de casa para entender e atender suas comunidades”, disse. Sobre o cumprimento de metas, ela reforçou o compromisso da entidade. “Nosso esforço é ajudar os municípios a baterem as metas. Acreditamos e apostamos muito neles, porque estão recebendo capacitação”, declarou.
Representando a Associação Brasileira de Ações Integradas para o Desenvolvimento Humano (ABRADH), Diorela Kelles explicou que o encontro busca aprofundar temas essenciais. “Hoje a gente quer falar especificamente sobre imunização, nutrição e saúde do adolescente”, afirmou. Ela destacou que a participação ativa dos municípios tem impacto direto nos indicadores. “Quando os municípios participam e se engajam, a gente consegue melhorar os indicadores”, disse. Diorela também mencionou desafios relacionados à vacinação. “Isso é bem variado e acabou se tornando, às vezes, uma questão ideológica. Cabe a nós trazer informação baseada na ciência”, afirmou.
A superintendente regional de saúde de Montes Claros, Dhyeime Thauanne, ressaltou que o evento também reconhece boas práticas municipais. “O evento visa certificar os municípios que desempenharam boas práticas na linha de cuidado da infância e do adolescente”, declarou. Segundo ela, Montes Claros tem avançado em áreas como imunização e combate à dengue. “A cobertura vacinal tem aumentado. Percebemos evolução e estratégias têm sido desenvolvidas”, completou.
A participação de jovens também marcou o encontro. A indígena Luna Yohana, de 17 anos, representante do povo Machacali, enfatizou a importância de levar as demandas de sua comunidade. “Estamos aqui para falar da imunização nas escolas e da saúde pública que é fornecida para a gente”, disse. Para ela, a falta de acesso à informação ainda é uma barreira. “Nem todas as pessoas têm condições ou veem motivo para buscar essas informações, por isso estes eventos são importantes, eles levam informações para quem mais precisa”, explicou.
A articuladora municipal de Rubim, no Vale Jequitinhonha, Alcione Fernandes Rocha, reforçou a relevância da atenção à infância. “Criança e adolescente são nossa base. Devemos cuidar bem para que sejam adultos melhores”, afirmou. Mesmo diante de limitações financeiras, ela acredita que o município tem avançado. “As equipes são muito bem capacitadas e se preocupam com o bem-estar. Estamos batendo todas as metas”, concluiu.