Covid-19

MOC bate marca inédita de 1,2 mil casos em 24h

MOC registrou, pela primeira vez, mais de mil confirmações da doença em 24 horas; sistema de saúde perde 40% dos profissionais infectados

Da Redação*
Publicado em 03/02/2022 às 00:10.Atualizado em 03/02/2022 às 16:33.
 (Larissa Durães)
(Larissa Durães)

Montes Claros fechou janeiro como o segundo mês com o maior número de casos de Covid-19, conforme O NORTE mostrou na edição de ontem, e já entra fevereiro com mais um recorde de novos casos em 24 horas.

Nesta terça-feira (1º), a cidade registrou 1.236 confirmações de contágio pelo coronavírus, o maior número desde o início da pandemia, em março de 2020. Essa quantidade de pessoas contaminadas é 29,5% superior ao recorde anterior, de 954 casos em 24 horas, que ocorreu em 27 de janeiro.

Montes Claros soma agora 53.618 casos positivos. Também no boletim epidemiológico da terça-feira foram computadas mais duas mortes – um homem de 71 anos e uma mulher de 65, ambos com comorbidades. No total, a cidade soma 998 óbitos por Covid-19.

Esse novo dado confirma a previsão do secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, de aumento dos casos da doença em Minas nesta semana. Em entrevista à Rádio Itatiaia na última segunda-feira, o gestor afirmou que o Estado deveria registrar um pico no primeiro dia de fevereiro, podendo chegar a 50 mil confirmações. O número ficou em cerca de 40 mil, atrás apenas dos 40.753 registrados em 27 de janeiro, recorde até então.

E o aumento de casos é acompanhado pela superlotação das unidades de saúde. A ocupação de leitos clínicos Covid, que estava em 85% na segunda-feira, saltou para 92% no dia seguinte. Já a de UTI passou de 57% para 63%.
 
PROFISSIONAIS
Durante a entrevista, o secretário disse também que um dos grandes desafios do momento é enfrentar a falta de mão de obra, pois vários profissionais da área da saúde estão tendo que se afastar do trabalho por terem contraído Covid ou gripe.

Em Montes Claros, a falta de profissionais – tanto por afastamento como pela dificuldade de contratação – é evidente e se reflete na longa espera dos pacientes por atendimento nas unidades de saúde.

De acordo com a presidente do Sindicato dos Médicos de Montes Claros, Ariadna Janice Drummond, de 30% a 40% dos médicos foram afastados do trabalho, entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, por gripe ou Covid.

“Quando um profissional se afasta, seja dos PSFs ou dos hospitais, há uma sobrecarga para outros profissionais que estão atuando, e isso causa uma assistência precária no atendimento de quem também está doente”, afirma Ariadna.

Ela ressalta que a alternativa para encarar a alta demanda por atendimentos na cidade seria a contratação imediata de outros profissionais.

“O gestor tem como contratar outros profissionais a partir da oferta de boas condições de trabalho. Por que uma pessoa trocaria um setor público, onde ela teria segurança e acesso a direitos trabalhistas, por um trabalho particular? Muita gente está deixando o setor de saúde pública porque faltam condições adequadas de trabalho. Existe o profissional no mercado, o que está faltado é melhorar a condição de trabalho”, argumenta a médica.
 
ALERTA
Ariadna ainda faz um alerta para a população e profissionais. “As medidas de segurança devem ser combinadas. Não basta a vacina. Ela diminuiu o número de óbitos, mas, para frear a contaminação, seja por gripe ou Covid, não é possível abrir mão da máscara. Ela tem que ser utilizada, assim como o álcool e o distanciamento”, enfatiza.

Tendência de alta
O número de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) tende a crescer em 23 unidades da federação, incluindo Minas Gerais, segundo o boletim semanal Infogripe, divulgado nesta quarta-feira (2) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Especialistas monitoram as tendências de casos de SRAG como um dos indicadores da pandemia, porque a síndrome é uma das complicações da Covid-19. Em 2022, quase 80% dos 16 mil casos de SRAG viral já confirmados foram causados pelo coronavírus. Casos de SRAG em que foram confirmadas infecções por vírus já causaram 2.861 mortes neste ano, sendo 88,5% com diagnóstico de Covid-19. Segundo a Fiocruz, o cenário é de crescimento dos casos de SRAG em todas as faixas etárias da população adulta, desde o fim de novembro e início de dezembro até agora, exceto para a faixa de 20 a 29 anos.

*Com Márcia Vieira

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