Minas investiga 2 casos da hepatite misteriosa

Doença tem atingido crianças em todo o mundo e a causa é desconhecida

Da Redação*
Publicado em 11/05/2022 às 10:36.
Casos suspeitos em Minas foram notificados em Belo Horizonte e em Juiz de Fora (arquivo agência brasil/divulgação)
Casos suspeitos em Minas foram notificados em Belo Horizonte e em Juiz de Fora (arquivo agência brasil/divulgação)

Minas Gerais está investigando dois casos suspeitos de hepatite aguda infantil, de origem desconhecida. Um foi registrado em Belo Horizonte e o outro em Juiz de Fora, na Zona da Mata. Os dados foram confirmados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) nesta terça-feira (10).

Conforme a SES, as notificações foram registradas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde. “Os casos estão em investigação e acompanhamento e foram notificados ao Ministério da Saúde”, informou a Secretaria.

Ainda segundo a pasta, “os principais sintomas relatados foram dor abdominal e vômitos, acompanhados de alterações de enzimas hepáticas”.
 
SOBRE A DOENÇA
A primeira morte relacionada à condição foi registrada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no último sábado (30). Ainda segundo o órgão da ONU, pelo menos 17 jovens precisaram de transplante de fígado.

Em nota, a OMS informou que existem 384 casos prováveis no mundo e descartou qualquer relação da doença com a vacina contra a Covid-19.

O Reino Unido lidera em quantidade de notificações, com 163 crianças afetadas, e ao menos seis países já relataram mais de cinco casos. Nos Estados Unidos, conforme a entidade da ONU, estão sendo investigados 109 casos prováveis da doença hepática de “causa desconhecida”.
 
CAUSAS
Apesar de ainda ser um mistério, pesquisadores avaliam que uma das explicações para a hepatite aguda em crianças seria o confinamento devido à pandemia causada pelo coronavírus.

Para os cientistas, o isolamento afetou o desenvolvimento do sistema imunológico dos pequenos, que ficaram suscetíveis a micro-organismos oportunistas.

A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ter diversas origens, sendo as mais comuns as infecções pelos vírus tipo A, B e C, além do consumo abusivo de álcool ou outras substâncias tóxicas como medicamentos e drogas.

No entanto, no início de abril, a OMS emitiu alerta mundial após diversas ocorrências graves serem registradas no Reino Unido sem associação com nenhuma dessas causas.

Outros países também já registram casos similares. Na semana passada, a OMS atualizou os números e relatou 169 ocorrências de hepatite aguda envolvendo crianças e adolescentes de 1 mês a 16 anos em 11 países da Europa e nos Estados Unidos. Uma morte foi registrada e 17 pacientes precisaram de transplantes de fígado.

No Brasil, foram reportados casos suspeitos no Rio de Janeiro e no Paraná. Outros países da América Latina, como Argentina e Panamá, também informaram nos últimos dias que estão monitorando pacientes.
 
ALERTA 
Ainda não é possível confirmar se os casos em investigação no Brasil têm relação com as ocorrências de outros países. De toda forma, há cerca de duas semanas, o Ministério da Saúde orientou os governos estaduais a manterem os serviços de saúde em alerta para casos de hepatite aguda grave em que o paciente apresenta transaminases (enzimas intracelulares) acentuadamente elevadas, às vezes precedida por sintomas gastrointestinais.

No Reino Unido, chegaram a circular mensagens pelas redes sociais que apontavam relação entre os casos e as vacinas contra a Covid-19. Segundo a OMS, trata-se de uma desinformação e essa associação está completamente descartada, pois a maioria dos pacientes são de uma faixa etária não envolvida pelas campanhas de imunização.

Ainda na sexta-feira (6), a Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA) apontou, em novo relatório, que a principal hipótese é a de que os casos estejam associados com um adenovírus, que tem sido detectado em exames de boa parte dos pacientes. 

No entanto, como é incomum a ocorrência de hepatites em crianças previamente saudáveis causadas por este tipo de agente patogênico, a contribuição de outros fatores estão sendo investigadas. Uma síndrome pós-infecção pela Covid-19 não está descartada. A doença pode ainda ser um desdobramento da ação associada de diferentes agentes infecciosos.

*Com Agência Brasil

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