Atenção redobrada

Minas Gerais reforça cuidados e orientações contra a Leishmaniose

Márcia Vieira
marciavieirayellow@yahoo.com.br
Publicado em 13/08/2024 às 21:26.
Existem duas formas de leishmaniose: a tegumentar, que afeta a pele, e a visceral, conhecida também como calazar, que compromete órgãos internos. Nenhuma delas é transmissível de pessoa para pessoa (AGÊNCIA BRASIL/ARQUIVO)

Existem duas formas de leishmaniose: a tegumentar, que afeta a pele, e a visceral, conhecida também como calazar, que compromete órgãos internos. Nenhuma delas é transmissível de pessoa para pessoa (AGÊNCIA BRASIL/ARQUIVO)

Até o próximo sábado (17), o Governo de Minas Gerais prossegue com ações e orientações, a fim de chamar a atenção para o combate à Leishmaniose, doença que pode levar à morte. A Leishmaniose não é contagiosa e não se transmite diretamente de uma pessoa para outra, de um animal para outro ou dos animais para as pessoas. O cão, comumente associado à doença, pode ser um hospedeiro, mas o contágio se dá apenas através da picada do mosquito fêmea infectado, o flebotomíneo, conhecido popularmente como mosquito-palha, que pode picar o animal e, em seguida, picar uma pessoa. 

Agna Menezes, coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Superintendência Regional de Saúde (SRS), comenta que a Leishmaniose é endêmica na região e se constitui em um inimigo a ser enfrentado; por isso, há uma orientação para que os profissionais de saúde não ignorem os pacientes com sintomas sugestivos da doença.

“Na área de atuação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros, em 2023, foram notificados 209 casos de leishmaniose tegumentar; neste ano, 34 casos. Com relação à Leishmaniose visceral, em 2023 foram notificados 83 casos, em 2024 até este momento foram notificados 20 casos e estamos com 1 caso confirmado”, informa a coordenadora, destacando que a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES) orienta à prevenção e os cuidados são essenciais, pois não há vacina. 

As principais medidas de prevenção à leishmaniose visceral e à leishmaniose tegumentar estão relacionadas ao manejo ambiental para combate ao mosquito-palha, uso de repelentes; evitar exposição nos horários de atividades do vetor (ao amanhecer, ao entardecer e à noite) em ambientes onde possa ser encontrado; manter o quintal limpo recolhendo folhas, fezes de animais e restos de alimento; poda periódica de árvores e arbustos; utilizar tela de malha fina nas portas e janelas; cuidar corretamente do cão, impedindo que ele fique solto nas ruas e utilizar coleiras impregnadas com inseticidas para repelir o mosquito-palha. Outro ponto focal da SES chama a atenção sobre a importância da limpeza periódica do abrigo de animais domésticos, como maneira de evitar a proliferação do mosquito.  
 
TRATAMENTO E SINTOMAS
O médico infectologista Luciano Freitas Fernandes destaca que a Leishmaniose Visceral, também conhecida como Calazar, é uma doença grave com alta mortalidade. O quadro é mais arriscado quando o paciente é imunossuprimido, idoso ou criança. “Os principais sintomas incluem febre, perda de peso e aumento do fígado e do baço. O diagnóstico é feito por meio de exames específicos, e quanto mais precoce for o diagnóstico, melhor será o prognóstico”, alerta Luciano, reforçando que os medicamentos utilizados no tratamento são fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do Ministério da Saúde.

Já a Leishmaniose Tegumentar é uma forma mais branda da doença e apresenta sintomas como lesões na pele, no nariz ou na boca. “No entanto, mesmo sendo mais branda, se não tratadas, as lesões podem evoluir para deformações graves. O tratamento é realizado com as mesmas medicações utilizadas para a Leishmaniose Visceral”, diz o médico.

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