
O Governo de Minas decretou emergência em saúde devido ao aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), permitindo ações rápidas como aquisição de insumos e contratação de profissionais. Crianças e idosos são os mais afetados, com 301 internações registradas entre as crianças. Para prevenir complicações, a vacinação foi liberada para toda a população nas unidades de saúde.
Em Montes Claros, na madrugada desta segunda-feira (5), a temperatura chegou aos 17?°C. A engenheira Bruna Fialho é mãe de Melissa e Mariana, de sete e três anos, respectivamente. Para ela, a mudança de hábitos em virtude da queda de temperatura é uma necessidade. “Estou redobrando os cuidados aqui em casa. Tenho mantido a vacinação das meninas em dia, reforçado a higiene das mãos com frequência e tenho evitado lugares muito fechados ou com aglomeração”, diz. Ela acrescenta que é importante estar atenta aos sintomas. “Se percebo algo, procuro orientação médica logo no início. Além disso, estou mantendo uma alimentação equilibrada. O que está ao alcance estamos fazendo. Mantendo todos os cuidados, fico mais tranquila”, disse.
E foi a atenção aos sintomas que salvou Larissa Caldeira, de dez anos. “Como tenho imunidade baixa, fiquei um pouco mal com a mudança de tempo. Gripei, minha garganta estava arranhando um pouco e senti muito frio. Minha mãe correu comigo para o médico. Agora estou melhorando”, disse. A mãe, a comerciária Rose Caldeira, declarou que a tosse persistente e o cansaço alegado pela filha despertaram a sua preocupação. “O médico avaliou o pulmão, que estava limpo, e receitou um antialérgico. Isso tem cerca de cinco dias e hoje ela está melhor. Só agora fiquei um pouco mais relaxada”, disse Rose, que também tem evitado aglomerações.
No Hospital das Clínicas Mário Ribeiro (HCMR), o movimento é constante. A diretoria informou que toda a rede está atenta à situação. O Centro de Especialidades Médicas (Cemed) está preparado para receber adultos e crianças em casos mais simples, que precisam ser atendidos ambulatorialmente, inclusive com especialistas nessa área, conforme a diretora Raquel Muniz. E, além disso, informa Raquel, o HCMR conta com o pronto atendimento pediátrico e o pronto atendimento adulto, com porta aberta para fazer atendimento com escala completa de pediatras e de médicos de apoio. “Temos também os equipamentos, como respiradores, para atender aqueles casos mais graves. Nossa equipe está em alerta para conseguir atender essa demanda tanto de Montes Claros como do Norte de Minas nesse estado de emergência”, afirmou Raquel.
O Hospital Universitário Clemente de Faria relatou um aumento nos casos de problemas respiratórios, principalmente bronquiolite, em crianças de zero a seis meses. Na última semana, seis pacientes precisaram de intubação e ventilação mecânica, transferidos para a UTI pediátrica. Leitos pediátricos têm mais de 70% de ocupação por quadros respiratórios, destacando a necessidade de vigilância constante. O hospital garantiu, em nota, que está preparado para atender as crianças, seguindo protocolos de saúde e biossegurança.
A Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Montes Claros foi procurada para falar sobre quais medidas estão sendo colocadas em prática diante do quadro. Até o fechamento da edição, não houve retorno.