Rouquidão ou alteração da voz são alguns dos sintomas mais comuns no caso do câncer de cabeça e pescoço, alerta médica oncologista (Freepik)
Neste mês, a campanha Julho Verde intensifica os alertas sobre a importância da prevenção e da detecção precoce do câncer na região da cabeça e pescoço, que atinge órgãos como boca, língua, gengivas, faringe, laringe, esôfago, tireoide, cavidade nasal, seios paranasais e glândulas salivares. Entre o período de 2019 e 2024, foram registrados em Minas Gerais mais de 22,7 mil casos e 8.645 óbitos por causa desse tipo de câncer.
A médica oncologista e paliativista, Raiana Barbosa Chaves, explica que alguns sintomas são mais comuns no caso do câncer de cabeça e pescoço. “Rouquidão ou alteração da voz, manchas ou lesões na boca que não cicatrizam, dor na garganta que não melhora, dificuldade para engolir e surgimento de algum caroço na região do pescoço são os mais comuns”, explica.
Conforme a médica, os principais fatores de risco do câncer de cabeça e pescoço são o cigarro e o álcool. “Para prevenção desse tipo de tumor, aconselhamos cessar o tabagismo e reduzir o consumo de bebida alcoólica. No geral, manter hábitos de vida saudáveis, como praticar atividade física e alimentação saudável, ajudam a prevenir qualquer tipo de câncer, incluindo o câncer de cabeça e pescoço”, aconselha.
“Para evitar esses tipos de tumores, também aconselhamos manter uma higiene bucal adequada e realizar a vacinação para o HPV na idade preconizada pelo Ministério da Saúde (hoje disponível na rede pública para meninas e meninos a partir de 9 e 11 anos respectivamente). Se diagnosticado precocemente, a taxa de cura chega a 90%”, completa a médica.
TRATAMENTO
“Diante de qualquer lesão no lábio e na cavidade oral que não cicatrize em até 15 dias a orientação é procurar atendimento em uma unidade básica de saúde para avaliação com um profissional cirurgião-dentista, que vai realizar o exame clínico da boca e, se necessário, o encaminhamento para biópsia para estabelecimento do diagnóstico”, destaca a coordenadora de Saúde Bucal e Ações Integradas da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Jacqueline Silva Santos.
Segundo ela, as biópsias podem ser realizadas nas unidades básicas de saúde, pelo cirurgião-dentista ou nos Centros de Especialidades Odontológicas. “Além disso, as pessoas com maior risco para desenvolver câncer de boca, como os fumantes e etilistas, devem fazer visitas periódicas ao cirurgião-dentista para um cuidadoso exame de rotina, pois as chances de cura são maiores nas fases iniciais da doença e quando o tratamento é adequado e oportuno”, orienta.
Atualmente, em Minas Gerais, o tratamento do câncer de cabeça e pescoço é realizado em 17 municípios e são responsáveis pela demanda de todo o estado. Nos últimos 12 meses (de maio de 2023 a abril de 2024), foram realizados 8.471 procedimentos relacionados ao câncer de cabeça e pescoço, sendo 1.356 cirurgias, 5.305 quimioterapias e 1.810 radioterapias.
*Com informações da Agência Minas