Junho Vermelho

Hemocentro de Montes Claros busca aumentar número de doadores regulares

Márcia Vieira
marciavieirayellow@yahoo.com.br
Publicado em 13/06/2025 às 19:00.
Em Montes Claros, o Hemocentro Regional enfrenta desafios para aumentar o número de doadores regulares, (Freepik)
Em Montes Claros, o Hemocentro Regional enfrenta desafios para aumentar o número de doadores regulares, (Freepik)

Neste sábado (14), é celebrado o Dia Mundial do Doador de Sangue, data instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para reforçar a importância da doação regular e voluntária. Em Minas Gerais, a campanha “Junho Vermelho” mobiliza a população em torno da causa, com ações nas 22 unidades da Hemominas e nos 18 Postos Avançados de Coleta Externa (Paces) espalhados pelo estado. No Norte de Minas, o Hemocentro Regional de Montes Claros é responsável por abastecer mais de 80 municípios da região e parte do Vale do Jequitinhonha, garantindo sangue para hospitais, UPAs e clínicas.

Graciele Fonseca Gonçalves, de 24 anos, moradora do Alterosa, trabalha na área de saúde e como tal, reconhece a importância de ser doadora. Ela tem conhecimento de que o seu sangue pode salvar até quatro vidas. “Sou O+, vi algo sobre isso e me interessei. A primeira vez vim por conta própria doar. Depois disso, nunca mais parei. Eles nos ligam, convocam e eu venho sempre. Três a quatro vezes ao ano. Sou doadora fiel”, declarou.

Ela faz parte dos cerca de 30% de doadores regulares do Hemominas. A contribuição de Graciele é importante, mas o número de regulares está aquém do esperado. “São pessoas que realizam pelo menos três doações ao longo do ano. Esse grupo é extremamente importante para manter o abastecimento contínuo dos hospitais da região, mas nosso desafio é ampliar ainda mais esse número”, destaca Max Alencar, Biomédico e Analista de Hematologia e Hemoterapia da Fundação Hemominas.

Um recorte dessa situação é mostrado nas redes sociais, onde quase que diariamente são feitos pedidos de doações de sangue. Conforme Max, a doação é, por princípio, voluntária, altruísta e destinada ao abastecimento geral do sistema de saúde. Nos casos em que as doações são solicitadas para pacientes específicos, existe a possibilidade de o doador indicar um paciente, na chamada “doação de reposição”, mas isso não significa que o sangue coletado será necessariamente transfundido diretamente para aquela pessoa. “Todo o sangue doado passa por rigorosos testes e é processado conforme as necessidades clínicas e a compatibilidade sanguínea de cada paciente. O mais importante é manter o estoque disponível para todos que precisam”, explica.

Como quase em todo o Estado, o momento é de alerta na unidade local. “Os tipos sanguíneos mais difíceis são os negativos, principalmente o ‘O negativo’, sendo considerado um doador universal para transfusões, mas ocorre em apenas cerca de 7% da população. Nesse momento, estamos com níveis baixos de ‘O positivo’ e níveis mais críticos para os tipos ‘O negativo’ e ‘B negativo’, os quais são menos frequentes na população e muito importantes em situações de emergência”, informou o profissional.

A condição climática é outro obstáculo, ao interferir diretamente na condição do doador. “Em períodos frios, como no inverno, ou chuvosos, há uma tendência de diminuição do comparecimento aos postos de coleta. Além disso, no calor excessivo, algumas pessoas podem apresentar desidratação, contraindicando a doação naquele momento. Por isso, sempre orientamos que os doadores estejam bem alimentados e hidratados”, destaca.
 
SEGURANÇA 
Para se tornar um doador, a pessoa deve pesar no mínimo 50 kg, estar bem alimentada e descansada no momento da doação, não pode ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 12 horas, nem estar em tratamento com alguns tipos de medicamentos ou ter tido determinadas doenças. O candidato a doador deve ter entre 16 e 69 anos. Menores de 18 anos precisam da autorização dos responsáveis. 

Antes da coleta, é feita uma triagem e o paciente deve responder às perguntas com o máximo de fidelidade. De acordo com Max, a segurança transfusional é uma das prioridades do processo. “Todo sangue doado passa por uma bateria de exames laboratoriais para detecção de doenças transmissíveis, como HIV, hepatites B e C, sífilis, HTLV, além de testes de tipagem sanguínea e fator Rh. Só após aprovação em todas essas etapas, o sangue é liberado para uso”, explica. Questionado sobre uma recente situação ocorrida no país, quando pacientes receberam sangue infectado, Alencar destaca que a situação reforçou ainda mais a necessidade de manter os protocolos já estabelecidos com rigor. “No Hemominas de Montes Claros, seguimos todas as normas nacionais e internacionais de segurança. Investimos continuamente em capacitação técnica das equipes, atualização de protocolos, manutenção e calibração dos equipamentos laboratoriais e auditorias internas”.

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