“Saber que eu tenho oportunidade de tratamento, quando as pessoas não têm, me motiva a tentar aproveitar ela ao máximo”, diz o estudante de 17 anos, Gabriel Silva Lopes (arquivo pessoal)
Na última quinta-feira (15), foi celebrado o Dia Internacional do Combate ao Câncer Infantil (ICCD), evento liderado pela Childhood Cancer International — Câncer Infantil Internacional, em tradução (CCI) desde 2002. Em 2024, a CCI e a Sociedade Internacional de Oncologia Pediátrica (SIOP) estão conduzindo uma campanha global de conscientização ao longo de um mês, com o objetivo de identificar e enfrentar desafios no tratamento do câncer em crianças e adolescentes. Em Montes Claros, a Fundação Sara compromete-se com uma jornada de três anos para abordar os desafios enfrentados por pacientes, cuidadores, sobreviventes, profissionais de saúde e pesquisadores.
Neste mês dedicado ao combate do câncer infantil, a oncologista pediatra Sabrina Eleutério, da Fundação Sara, destaca a importância de reconhecer e abordar as disparidades no tratamento do câncer infantil em todo o mundo. Ela enfatiza que toda criança merece receber assistência de qualidade, independentemente de onde tenha nascido ou dos recursos disponíveis em sua região.
“Então, aqui em Montes Claros, a Fundação Sara, junto com a Santa Casa, há um ano iniciaram a construção de um centro especializado para o tratamento dessas crianças, para ter ali profissionais treinados a tratar o câncer em crianças e adolescentes. É uma unidade especializada. É o Hospital de Câncer Sara Albuquerque, só para isso. Para crianças e adolescentes com câncer, de onde vir”, ressalta.
NOVO APOIO
O hospital mencionado por Sabrina será formado por 15 leitos dedicados à quimioterapia, além de apartamentos para oferecer mais conforto e privacidade às crianças em tratamento. A equipe de enfermagem será exclusiva para atender esses pacientes, com programas de assistência social e psicológica, garantindo apoio integral tanto dentro quanto fora do hospital
De acordo a médica, para alcançar todas as crianças e adolescentes, sem exceção, será por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). “Mas se tiver alguma criança com convênio, vai ser bom pra gente, porque qualquer dinheiro que entra ajuda a causa”, diz Eleutério. “E temos que dizer que isto só está sendo possível por conta das doações, do povo da cidade e do Norte de Minas que sempre nos ajuda. E é bom dizer também que este centro referenciado vai ser o primeiro de Minas”, completa a oncologista.
GRATIDÃO
Para o estudante de 17 anos, Gabriel Silva Lopes, em tratamento há dois anos, a consciência de que nem toda criança ou adolescente tem acesso a um tratamento digno amplifica ainda mais a sua valorização pelos recursos disponíveis em sua própria cidade. “Quando a gente descobriu, foi a Fundação Sara que realmente apoiou a gente o que a gente precisava e apoia até hoje ainda. A fundação nos acolheu. Então, ter um centro de referência, é algo que nos motivou muito. Eu fico, assim, muito triste, em saber que eu tenho oportunidade de tratamento, quando as pessoas não têm. Isso me motiva a tentar aproveitar ela ao máximo”, comenta.