Diagnóstico precoce

Fevereiro Laranja: campanha de conscientização e combate à leucemia

Leonardo Queiroz
leonardoqueiroz.onorte@gmail.com
Publicado em 25/02/2025 às 19:00.
A jovem Eduarda Muniz, de 15 anos, recebeu tratamento para leucemia com o apoio da Fundação Sara (Fundação Sara / divulgação)
A jovem Eduarda Muniz, de 15 anos, recebeu tratamento para leucemia com o apoio da Fundação Sara (Fundação Sara / divulgação)

Realizada no segundo mês do ano, a campanha “Fevereiro Laranja” visa conscientizar sobre a leucemia, câncer que afeta a medula óssea e o sangue, comprometendo a produção de células saudáveis. No fim do mês, ações por todo o país destacam a importância do diagnóstico precoce e tratamento, incluindo palestras e campanhas de doação de medula óssea.

No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que o número estimado de casos novos de leucemia para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 11.540 casos, correspondendo a um risco estimado de 5,33 por 100 mil habitantes, sendo 6.250 em homens e 5.290 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 5,90 casos novos a cada 100 mil homens e 4,78 a cada 100 mil mulheres. 

Sem considerar os tumores de pele não melanoma, a leucemia ocupa a décima posição entre os tipos de câncer mais frequentes. Em homens, é o sexto câncer mais frequente nas regiões norte (4,53 por 100 mil) e nordeste (5,54 por 100 mil), seguido pela região sudeste (5,83 por 100 mil), com a 11ª posição.

A causa exata da leucemia é desconhecida, mas fatores de risco incluem exposição à radiação, pesticidas, substâncias como benzeno e tabagismo, além de doenças genéticas como Síndrome de Down e histórico de quimioterapia. A prevenção foca na redução desses riscos. 

Segundo o hematologista José Alfredo Soares Júnior, embora existam fatores genéticos e ambientais fora do nosso controle, adotar um estilo de vida saudável pode diminuir o risco de diversos tipos de câncer, incluindo a leucemia. “É muito importante manter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física regularmente, evitar exposição desnecessária a agentes químicos e radiação, são atitudes recomendáveis. Além disso, para as populações de risco, como aquelas com histórico familiar da doença, o acompanhamento médico, periódico e a participação em programas de rastreamento podem ser importantes para a detecção precoce e o melhor manejo da doença”, elucida o especialista. 

O médico ainda explica que a doação de medula óssea é fundamental no tratamento a pacientes com leucemia que necessitam de um transplante. “Quando encontramos um doador compatível, conseguimos substituir o sistema hematopoético comprometido pelo câncer, oferecendo uma nova chance de vida. Em muitos casos, essa doação é a intervenção que pode fazer a diferença entre a progressão da doença e a possibilidade de cura. Daí a importância de ampliar os cadastros de doadoras de medula óssea na comunidade”. 

“Temos visto um progresso significativo, especialmente com terapias direcionadas e imunoterapias. Hoje, tratamentos personalizados como os inibidores de tirosina quinase para certos tipos de leucemia e a terapia com células CAR-T para casos mais resistentes têm permitido melhores taxas de resposta e qualidade de vida para os pacientes. Além disso, a técnica de transplante de medula óssea vem se aprimorando tanto na seleção dos doadores quanto no manejo pós-transplante, o que de fato tem contribuído para reduzir as complicações e aumentar as chances de cura da doença”, completa o médico.  
 
TRATAMENTO 
Maria Piedade Muniz Ramos, de 47 anos, mãe de Eduarda Muniz, de 15 anos, assistida pela Fundação Sara de Montes Claros no tratamento de leucemia, conta que o maior desafio delas foi enfrentar a doença quando a filha tinha somente três anos. “Enfrentamos falta de leito para internação e ela não entendia nada do que estava acontecendo. Tivemos também dificuldade em consultas ambulatoriais no mesmo ambiente para adultos e ela não podia ir à escola onde ensinei a maioria das atividades”, diz. 

“Eduarda com um ano de tratamento, teve recidiva e voltamos para a luta mais dois anos e meio. Sabíamos que o segundo tratamento era mais agressivo, mas juntas enfrentamos mais esse desafio. O milagre existe onde a fé habita”, completa a mãe de Eduarda, curada do câncer. 

O tratamento da leucemia varia conforme o tipo e a gravidade da doença, podendo incluir quimioterapia, terapia alvo, imunoterapia e, em alguns casos, o transplante de medula óssea. O diagnóstico precoce é crucial para aumentar as chances de sucesso terapêutico e melhorar a qualidade de vida do paciente.

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