Rodrigo Costa, de 35 anos, é um colaborador frequente de sangue e está realizando sua 28?ª doação (LARISSA DURÃES)
Dados recentes da Fundação Hemominas revelam que apenas 1,8% dos mineiros são doadores regulares de sangue; percentual abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de 3%. Espelhando essa realidade, a situação do Hemocentro Regional de Montes Claros, que atende todo o Norte de Minas, enfrenta uma situação crítica em seu estoque. Com uma população de dois milhões de habitantes sob sua responsabilidade e 44 unidades hospitalares vinculadas, o Hemocentro enfrenta desafios, incluindo o aumento de casos de dengue e doenças respiratórias.
Rosana Silva, responsável pela captação de doadores, destaca uma queda de cerca de 60% nos estoques de sangue, especialmente em determinados tipos sanguíneos. O estoque de O+ está em 23 unidades, quando o ideal seria 204. O estoque de O- está em nove unidades, enquanto o ideal é 33. Atualmente, há 83 unidades de A+, mas o ideal é 104. Além disso, o estoque de B- está zerado, enquanto o ideal seria quatro unidades. “Fazemos um apelo à população da região, incentivando as pessoas saudáveis, que não estão em tratamento médico ou odontológico, a doarem sangue”, pede Silva.
“É importante ter um coração solidário, pois cada doação pode salvar até quatro vidas”, destaca Rosana. Pessoas de todos os tipos sanguíneos são necessárias e a idade mínima para doar é 16 anos, com autorização dos pais ou responsáveis.
O Hemocentro Regional de Montes Claros funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h30, sendo sugerido agendar a doação para priorizar o atendimento. O agendamento pode ser feito através do aplicativo MG Cidadão do Governo do Estado, selecionando a opção “Ação do Sangue”, ou pelo site, onde está disponível a opção de “Agendamento Online”. “Sua doação pode salvar vidas. Enfrente o medo e faça a diferença!”, pede Rosana Silva.
ATO DE CARIDADE
Rodrigo Costa, de 35 anos, é um doador frequente de sangue, realizando sua 28ª doação. “Além de um ato de caridade, a doação contribui para a saúde pública, beneficiando aqueles que precisam de sangue para sobreviver”, acredita. Sobre a baixa taxa de doação em Minas Gerais, Rodrigo acredita que isso se deve em parte à desinformação e ao medo, ressaltando a importância de conscientizar as pessoas sobre a relevância da doação e dissipar os mitos associados a ela. “A doação de sangue também pode ser benéfica para a saúde do doador, estimulando a renovação das células sanguíneas e a medula óssea”, destaca.
“O medo pode ser um obstáculo para muitas pessoas na hora de doar sangue, seja o medo da agulha, do processo em si ou um medo psicológico enraizado.” No entanto, histórias inspiradoras mostram que a solidariedade pode superá-lo. “Um exemplo é o maior doador, com mais de 100 doações, que admite sentir medo toda vez que doa, mas sua vontade de ajudar é maior”, diz Rosana. “É importante lembrar que a sensação da picada da agulha é a mesma de exames de sangue, e o desejo de ajudar alguém acaba superando os desafios do medo”, ressalta.