SAÚDE

Em janeiro, 305 municípios apresentavam alto risco de transmissão de arboviroses

Da Agência Minas
Publicado em 01/03/2024 às 19:00.
Dado que o lixo, sucatas e entulho foram classificados como os segundos locais mais infestados neste ano, os mutirões de limpeza nos bairros se tornam especialmente valiosos durante este período de elevadas temperaturas e chuvas frequentes (SES-MG/Divulgação)

Dado que o lixo, sucatas e entulho foram classificados como os segundos locais mais infestados neste ano, os mutirões de limpeza nos bairros se tornam especialmente valiosos durante este período de elevadas temperaturas e chuvas frequentes (SES-MG/Divulgação)

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) divulgou nesta última quinta-feira (29) os resultados do primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LirAa/LIA) de 2024, realizado entre 8 e 27 de janeiro nos municípios mineiros. A pesquisa é uma ferramenta importante para direcionar as ações de controle das doenças transmitidas pelo mosquito, como dengue, Chikungunya e Zika.

Dos 808 municípios participantes, 137 apresentaram um Índice de Infestação Predial pelo Aedes (IIP) igual ou menor que 0,9, sendo classificados como satisfatórios e em baixo risco de transmissão de dengue, zika e chikungunya. No entanto, 366 municípios estavam, naquele período, em situação de alerta e 305 em risco elevado para a transmissão dessas doenças.

O subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdoscimi, destaca que a maior parte dos focos do mosquito estão dentro de residências, em recipientes como vasos de plantas e pratinhos, além de áreas externas onde itens acumulados podem gerar água parada. Ele reitera a importância da participação ativa da população no combate ao Aedes aegypti.

“Chamamos mais uma vez a atenção para a necessidade de cada mineiro fazer o seu papel em favor da saúde coletiva e individual. Precisamos eliminar os focos de água parada dentro das residências, calhas e pratinhos, deixar de acumular itens como pneus e monitorar bem as nossas piscinas e caixas d’água, para eliminarmos os focos dos mosquitos causadores de dengue, zika e chikungunya”, alerta.

Prosdoscimi enfatiza que o monitoramento e controle do vetor devem ser realizados de forma contínua, com ações preventivas intensificadas durante o período sazonal das arboviroses, quando as condições climáticas favorecem a reprodução do mosquito.
 
METODOLOGIA
Os dados do LIRAa/LIA permitem identificar os locais e os tipos de recipientes onde o mosquito estão se proliferando, o que é essencial para direcionar as ações de combate ao vetor. 

De acordo com Eduardo Prosdoscimi, é crucial que a população e os agentes de combate a endemias estejam cientes da importância desses dados e se engajem em ações preventivas, como mutirões de limpeza e educação em saúde. “O mosquito Aedes aegypti circula o ano inteiro, portanto, o monitoramento e o controle devem ser contínuos, com especial atenção durante o período sazonal das arboviroses”, reforça.
 
DADOS
Em janeiro de 2024, permaneceu mais frequente (34,9%) a infestação dos depósitos móveis (vasos, frascos e pratinhos de plantas, bebedouros, recipientes de degelo das geladeiras etc.), semelhante aos quatro levantamentos realizados em 2023.

Lixo, sucata e entulho ocuparam a segunda colocação entre os recipientes mais infestados em janeiro de 2024 (25%), assim como visto nos levantamentos feitos em janeiro, maio e outubro de 2023.

Os depósitos utilizados no armazenamento de água para consumo humano ao nível do solo (tonel, tambor, barril, filtro etc.) apareceram em terceiro lugar (17,5%) entre os mais infestados, assim como foi observado em 2023. Pneus e outros materiais rodantes ocuparam a quarta posição (10%), seguidos dos depósitos fixos (tanques em obras, borracharia ou horta, calhas, lajes, sanitários, piscinas, ralos etc.) com 9%.

Nas últimas colocações, apareceram os depósitos de água elevados ligados à rede pública ou a sistemas de captação (caixa d´água, tambor, depósitos de alvenaria etc.) e os depósitos naturais (bromélias, ocos de árvores e de rochas etc.) com 2,0% e 1,6%, respectivamente.

“Por exemplo, se em um bairro predominou a infestação de determinado tipo de depósito móvel dentro dos imóveis e nos quintais, então a equipe de Agentes de Controle de Endemias (ACE) deverá reforçar o trabalho de educação em saúde junto à população, incentivando que sejam dedicados alguns minutos, duas vezes por semana, para a verificação das condições desses recipientes. Essa frequência é importante para evitar que as larvas se tornem mosquitos adultos, uma vez que, na época do verão, o ciclo de vida do Aedes se torna mais rápido”, detalha Prosdoscimi.

Como o lixo, as sucatas e o entulho ocuparam a segunda colocação entre os recipientes mais infestados este ano, os mutirões de limpeza, nos bairros, têm grande valor neste período de altas temperaturas e de chuvas frequentes. Outro ponto de atenção é relativo aos bebedouros dos animais, que devem ser lavados com bucha pelo menos uma vez por semana.

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