O Dia Mundial Sem Tabaco criado em 31 de maio de 1987, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), traz a cada ano um tema diferente, mas com o principal objetivo de alertar sobre as doenças advindas sobre tabagismo, como os cânceres de pulmão e laringe. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se 704 mil casos de câncer por ano no Brasil até 2025. 

D. D. de 28 anos conta que fumava e bebia bastante aos finais de semana, mas que conseguiu, por conta própria, deixar totalmente de lado o consumo do tabaco e do álcool. “O que mais melhorou em mim foi a questão financeira. Eu chegava a gastar um total de R$ 250 numa saída. Hoje, parei de beber e de fumar completamente e não pretendo voltar a fazer uso de nada e nem pagar para ver as consequências futuras do consumo”, diz. 

A dona de casa M. F., 60 anos, conta que atualmente paga um preço muito alto pelo consumo de mais de 20 anos de tabaco. “Hoje, tenho a saúde fraca, problemas de circulação e até problemas vasculares causados pelo cigarro. Eu chego a fumar mais de um maço por dia. Parar de fumar foi a única opção que tive para continuar vivendo. Não foi fácil, muitas crises de abstinência e sempre fumava um cigarro quando vinha aquela vontade incontrolável de fumar. Graças a Deus, estou livre, mas pago as consequências. Vejo muita gente fumando e muitas não sabe o que as esperam, principalmente quando param de vez de fumar”, diz. 
 
ANSIEDADE
A psicóloga, Renata Barbosa, explica que a relação do cigarro com a ansiedade está relacionada pelo fato de que o cigarro chega até as pessoas como um meio de aliviar os sintomas da ansiedade. “Geralmente, quando a ansiedade está elevada e a pessoa não consegue buscar tratamento com psiquiatra ou psicólogo ela pode procurar outros tipos de compensação como cigarro, comida, bebida como forma de alivio”, comenta.

Renata enfatiza que um dos aliados mais importantes para a pessoa para de fumar é ter uma rotina com qualidade, cuidar da alimentação e praticar atividade física regularmente; hábitos que podem diminuir a ansiedade. 

“Às vezes, percebemos um efeito como se fosse um círculo vicioso: eu estou ansioso e fumo para diminuir a ansiedade. Quando o efeito do cigarro passa, meu nível de ansiedade vem mais alto e, consequentemente, vou fumar de novo para me sentir mais relaxado; onde o vício acaba se alimentando dele mesmo. Isso pode ser extremamente prejudicial na vida da pessoa, porque causa prejuízo social onde o cigarro acaba incomodando e as doenças que o cigarro pode causar e sem contar na dependência que causa” completa Renata. 

TRATAMENTO
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento para tabagismo em mais de 800 municípios de Minas Gerais, por meio do Programa Nacional de Controle do Tabagismo, com profissionais de saúde qualificados. O tratamento das pessoas tabagistas é ofertado prioritariamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). O usuário que demonstre interesse em parar de fumar deverá entrar em contato com a Secretaria de Saúde da sua cidade para ser informado os locais do SUS que estão ofertando o tratamento do tabagismo.

O usuário tabagista será recebido pela sua equipe de saúde, será avaliado quanto às principais doenças e fatores de risco relacionados ao tabagismo, história tabagista, bem como o grau de dependência ao cigarro e seu estágio de motivação para a cessação do tabagismo.

O modelo de tratamento é baseado em uma abordagem cognitivo-comportamental do fumante. Consiste inicialmente de 4 sessões (encontros), semanalmente, e após essas, são promovidos encontros mais espaçados, até completar de 6 a 12 meses de tratamento. O tratamento tem como finalidade trabalhar com os fumantes os riscos de fumar e os benefícios de se parar de fumar, fornecer informações necessárias para que ele possa lidar com a síndrome da abstinência, dependência psicológica e os condicionamentos associados ao ato de fumar, além de apoiá-lo nesse processo. Para mais informações, disque 136.

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