fogos de artifício

Cuidados para um São João sem queimaduras

É preciso cuidado ao manusear fogos de artifício para evitar acidentes durante festejos

Márcia Vieira
Publicado em 24/06/2025 às 04:40.Atualizado em 24/06/2025 às 10:04.
Mariana e Melissa: diversão junina com supervisão dos pais para evitar acidentes (arquivo pessoal)
Mariana e Melissa: diversão junina com supervisão dos pais para evitar acidentes (arquivo pessoal)

Um estudo da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão divulgado pela Agência Brasil, apontou que, em 2024, o SUS registrou 34.567 atendimentos ambulatoriais por queimaduras, a partir de informações do Ministério da Saude. A maioria das ocorrências foi de queimaduras de segundo grau, especialmente em mãos e punhos e com o risco de amputações. Muitos dos acidentes foram relacionados ao uso de artefatos no período de festas juninas, que eventualmente se estendem até o mês de julho. 

Há quem não abra mão da tradição, como a engenheira Bruna Lima, mãe de duas meninas, de sete e três anos. “É uma época muito bonita. Elas dançam quadrilha na escola e também comemoramos na roça, com direito a fogueira e tudo mais”, diz Bruna, que permite as brincadeiras, mas mantém os cuidados. “Eu e o pai delas estamos sempre de olho, não deixamos a sós em nenhum momento e quanto aos artefatos elas só utilizam os inofensivos, com a nossa supervisão”, garante. 

A médica Luciana Santana, diretora do Hospital das Clínicas Mário Ribeiro, estima que houve aumento no número de acidentes com queimaduras em cerca de 10%. “Não apenas com fogos de artifício, mas também com instrumentos de trabalho como maçaricos”, disse. 

O enfermeiro Samuel Lima, do setor de regulação da unidade, afirma que o Mário Ribeiro é referência em todo o Norte de Minas, caracterizado como suporte 3 de atendimento, que é mesmo do Hospital João XXIII em Belo Horizonte. “Temos 16 leitos especializados em queimados, e no momento, estamos com ocupação de cinco pacientes”, disse à reportagem. 

Samuel explica que o atendimento é multidisciplinar e o hospital funciona como porta aberta, ou seja, 24h aberto para atender tanto a crianças como a adultos vítimas de queimaduras. “A situação envolve cirurgia plástica, cirurgia geral, clínica médica, nutrição, e enfermeira estomaterapeuta que é uma especialidade para esses curativos. É uma questão complexa”, destaca o enfermeiro, que faz um alerta aos pais. “É preciso redobrar a atenção com as crianças, evitar exposição a fogueiras se não estiverem monitoradas por um adulto e muito cuidado com o uso de explosivos”, reitera.

Rede elétrica 
A decoração é outro ponto de preocupação no período junino. Para orientar a população de modo geral, às escolas e gestores de espaços públicos, a Cemig divulgou um comunicado alertando para o cuidado na instalação de enfeites e ornamentos, que, segundo a concessionária, devem estar longe das redes de energia. Alessandro Gonçalves, engenheiro de Segurança do Trabalho da Cemig, destaca que as ornamentações jamais devem ser afixadas nos postes e braços de iluminação pública e o uso de arames metálicos é proibido, pois coloca em risco os instaladores e dificultam o acesso dos eletricistas para a manutenção do sistema elétrico. “Além do risco de choque elétrico, existe o risco de queda durante a afixação dos enfeites e isto pode ser fatal. Aqueles que pretendem enfeitar suas ruas, inclusive os responsáveis do poder público municipal, devem estar cientes da proibição de afixar qualquer objeto em postes ou quaisquer estruturas da Cemig”, orienta. 

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