Clima de deserto prevalece nesses dias no Norte de Minas. Com umidade do ar chegando a 15% e termômetros atingindo até 35 graus, moradores precisam tomar cuidados para se manterem hidratados e aguentarem o calorão e o tempo seco. Além disso, é preciso redobrar a atenção com os focos de incêndio, que se propagam com mais facilidade nessa época.
Nesta quarta-feira, as chamas tomaram conta de uma mata às margens da lagoa do Parque Municipal, mobilizando o Corpo de Bombeiros. Além do prejuízo ambiental, as queimadas deixam o ar ainda mais seco e de péssima qualidade.
Segundo o professor da Unimontes que trabalha com climatologia, Renan Nilo, o quadro visto nestes dias em Montes Claros é bem característico dessa época de transição do inverno para a primavera – que começa em 23 de setembro. “São dias marcados por temperaturas muito altas e baixa umidade, o que deixa o ar meio embaçado”, explica.
Como a chuva não dá as caras desde abril no Norte de Minas, ressalta Nilo, o normal é que haja uma baixa da umidade do ar, principalmente no meio do dia. Por isso, não se recomenda atividades esportivas entre 11h e 16h, horário em que o sol está a pino e o ar ainda mais seco.
Em São Romão e Buritis, a umidade do ar despencou a 13% nesta quarta-feira, índice considerado de alerta. A secura é resultado da ação de uma massa de ar quente, que deve atuar fortemente no território mineiro pelo menos durante essa primeira quinzena de setembro.
De acordo com o meteorologista do Climatempo, Ruibran dos Reis, a predominância dessas condições atmosféricas deve fazer com que a temporada de chuva chegue mais tarde, no fim de outubro.
SAÚDE
A combinação de altas temperaturas e tempo seco deixa o organismo vulnerável. Professora de Enfermagem das Faculdades Promove, Débora Cristine Gomes Pinto alerta que, além dos problemas respiratórios, diarreias e tonturas são mais frequentes devido à desidratação. “A água é um elemento essencial para evitar essas situações”, lembra.
O pediatra Wilson Rocha Filho, especialista em pneumologia, acrescenta que as crianças sofrem muito com as doenças respiratórios – resultado das mucosas ressecadas. Ele também reforça que a orientação é “abusar” da água.