Segundo o Inca, entre 2023 e 2025, a estimativa é de 32.560 novos casos por ano de câncer de pulmão ( FREEPIK)
A campanha Agosto Branco, iniciada na última quinta-feira (1º), objetiva chamar a atenção da população sobre as consequências do uso do cigarro, que tem efeito especialmente nos pulmões. Conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca), do Ministério da Saúde, entre os anos de 2023 e 2025, a estimativa aponta para 32.560 novos casos por ano. Além do pulmão, o câncer de traqueia e de brônquios compõem o estudo.
“Tem três anos que fumo acima da média. Planejo parar até o mês de setembro. Ainda não tive nenhum problema de saúde, mas me preocupo”, diz o analista P.H.A., de 37 anos. Questionado sobre o que teria provocado a maior frequência no uso do cigarro, ele afirma que pode ter a ver com os anos de pandemia. “Acredito que tenha sido por ansiedade mesmo”, declara.
A campanha mira também o cigarro eletrônico, já que o uso do chamado “Vape” cresceu entre a população jovem. A comerciante B. M. fez a mudança do cigarro branco para o eletrônico, já que ele trazia comodidade, não tinha tanto odor e o cheiro dissipava rápido. “Comecei com esse principalmente para parar com o cigarro branco e depois parar de vez, mas acabei fumando mais, justamente pela praticidade. E gastei mais, pois o refil dele era mais caro. Por fim, não atingi meu objetivo”, conta a ainda fumante, ressaltando que voltou ao tradicional, mas por pouco tempo. “Descobri uma gravidez e consegui parar um pouco. Não pretendo voltar. Espero conseguir”, completa.
DOENÇAS
Luana Nogueira, médica pneumologista do Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira (HCMR), explica que apesar dos avanços de métodos diagnósticos e terapêuticos, a neoplasia de pulmão ainda é associada à alta mortalidade e o grande vilão é o tabagismo, ainda que situações como exposição ocupacional a substâncias como produtos químicos, metais e sílica, fatores genéticos e hábitos de vida, são também fatores de risco associado ao câncer de pulmão. “Existem formas preconizadas de rastreamento do câncer de pulmão para pacientes que têm entre 50/80 anos e fumaram o equivalente há 20 anos/maços, com tabagismo ativo ou cessado nos últimos 15 anos”, explica a médica.
Os principais sinais e sintomas do câncer de pulmão incluem dor no peito, tosse persistente, expectoração com presença de sangue, cansaço ou falta de ar, além de perda de peso. Mas o tabagismo tem tratamento, como explica a médica. “Requer um acompanhamento, com possibilidade de uso de medicamentos, reposição de nicotina, dentre outras possibilidades terapêuticas, que devem ser individualizadas segundo a história clínica de cada paciente. Procure ajuda, cuide da sua saúde”, sugere.