Especialista destaca que o principal sinal de linfoma é o aparecimento de nódulos
Indícios de linfoma podem incluir o aumento de gânglios no pescoço, axilas e virilhas (FREEPIK)
O linfoma é um dos dez cânceres mais frequentes no país, com 15.120 casos previstos para 2024. Se não tratado, pode causar febre, suor noturno e perda de peso. A campanha “Agosto Verde-Claro”, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), alerta sobre a importância do diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura. O principal sinal é o surgimento de caroços indolores no corpo, como no pescoço, virilhas e axilas.
“Os principais sinais de alerta para linfoma incluem o surgimento de linfadenomegalias, ou seja, nódulos aumentados, principalmente nas regiões do pescoço, axilas ou virilhas. Além disso, é importante estar atento a sintomas como febre sem causa aparente, suor noturno excessivo, perda de peso inexplicada e cansaço persistente. Se qualquer um desses sintomas for observado, é essencial procurar um médico para uma avaliação adequada”, explica o hematologista, Jose Alfreu Soares Junior.
Segundo ele, é crucial avaliar a origem do nódulo para determinar se ele está associado a uma infecção ou a outras causas. Nódulos podem ter diversas origens e nem sempre indicam câncer. No entanto, mesmo que um nódulo esteja relacionado a uma infecção, ele deve ser monitorado.
O linfoma é um termo genérico para designar um grupo de tumores que se originam nas células brancas do sangue (linfócitos) e se desenvolvem nos gânglios linfáticos (linfonodos). Eles se dividem entre linfoma de Hodgkin e não Hodgkin. O primeiro responde por cerca de 20% dos casos da doença e acomete principalmente adolescentes e jovens (dos 15 aos 25 anos), com um segundo pico de frequência em idosos (com mais de 75 anos). É um linfoma de bom prognóstico e associado a alta chance de cura.
“Os linfomas são classificados em diversos tipos, e a distinção principal entre linfoma de Hodgkin e linfoma não-Hodgkin se dá pelas características celulares e imuno-histoquímicas identificadas por um médico patologista por meio de uma biópsia excisional do linfonodo. O linfoma de Hodgkin é identificado pela presença de células de Reed-Sternberg e é subdividido em quatro subtipos principais. Já os linfomas não-Hodgkin formam um grupo mais amplo, que engloba muitos subtipos com diferentes comportamentos e características. A classificação detalhada é crucial, pois cada tipo e subtipo de linfoma exige estratégias de tratamento específicas”, explica o hematologista.
O linfoma não Hodgkin compreende 50 neoplasias diferentes que ocorrem em crianças, adolescentes e adultos, tornando-se mais frequente à medida que as pessoas envelhecem. Segundo a literatura médica, 85% dos linfomas não Hodgkin afetam as células B, cuja função é produzir anticorpos contra antígenos. Os outros 15% afetam as células T, que destroem micro-organismos e células anormais e regulam a atividade de outras células do sistema imunológico.
Tratamento
O tratamento do linfoma depende do tipo, estágio e características individuais do paciente. Os tratamentos geralmente incluem quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e, em alguns casos, transplante de células-tronco. “O acompanhamento com um hematologista é crucial para garantir um tratamento adequado. No Norte de Minas, os tratamentos estão disponíveis em centros especializados em oncohematologia”, explica o hematologista Jose Alfreu.
*Com informações da Agência Brasil