Segundo a OPAS, em 2024, o continente americano pode registrar o pior surto da doença em toda a história (MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL)
O Brasil superou mais de 1.000 mortes por dengue de janeiro até esta última quarta-feira (3). De acordo com o Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, foram registrados 1.020 óbitos pela doença no país. Ao longo de 2023, o número de mortes por dengue chegou a 1.079. Conforme o painel, 1.531 mortes estão sob investigação e os casos somam 2,6 milhões.
Na terça-feira (2) passada, o ministério informou que oito unidades federativas brasileiras estão com tendência de queda no número de casos de dengue. São eles: Acre, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Piauí, Roraima e Distrito Federal.
“Os estados que estão com queda foi onde houve o início da epidemia. Para esses, a gente pode dizer que o pior já passou”, disse a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, em entrevista coletiva.
Outros sete estados ainda permanecem com tendência de aumento: Alagoas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. Em 12 estados, os números estão estáveis.
Apesar do cenário, o Ministério da Saúde diz que é preciso continuar a vigilância contra a doença. “Ainda requer atenção, precisamos que as pessoas continuem dedicando dez minutos contra a dengue, olhando os possíveis focos da larva. Ainda é momento de acompanhamento”, alertou a secretária.
AMÉRICA
No mês passado, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu um alerta preocupante, indicando que nos três primeiros meses deste ano, foram contabilizados mais de 3,5 milhões de casos de dengue no continente americano. Essa estatística sugere que em 2024, poderemos testemunhar o pior surto da doença em toda a história da região. Esses números são três vezes maiores do que os casos registrados no mesmo período do ano passado.
Brasil, Argentina e Paraguai, segundo a entidade, respondem por mais de 90% dos casos e por mais de 80% das mortes por dengue nas Américas. Dados da Opas mostram que o Brasil aparece em primeiro lugar no ranking, com 2.966.339 casos e 758 mortes, seguido pelo Paraguai, com 191.923 casos e 50 mortes, e pela Argentina, com 134.202 casos e 96 mortes.
“A dengue é um desafio importante. Quando temos uma epidemia, a circulação é tão forte que quase todas as pessoas têm contato com aquele sorotipo. Depois, passamos um período de três ou quatro anos até que tenhamos outro surto. Parece que a doença desapareceu, foi embora”, concluiu Jarbas, ao destacar a necessidade de programas permanentes nas Américas para identificar precocemente novos surtos.