saúde

Artigo aponta mais vetores da febre amarela

Pesquisa norte-mineira se destaca nos Estados Unidos e reforça a importância da vacinação

Da Redação
Publicado em 03/04/2023 às 21:38.
Bartolomeu Lopes e Agna Menezes, da SRS de Montes Claros (Pedro Ricardo/SRS)

Bartolomeu Lopes e Agna Menezes, da SRS de Montes Claros (Pedro Ricardo/SRS)

Após notarem uma anomalia na morte de macacos, vítimas da febre amarela no período seco; algo atípico para essa arbovirose, dois pesquisadores do Norte de Minas descobriram duas espécies de mosquitos (Sabethes chloropterus e o Sabethes albiprivus) como mais vetores da doença. Conclusões foram publicadas na revista internacional Viruses, editada nos Estados Unidos.

De acordo com o estudo dos pesquisadores, Cirilo Henrique de Oliveira e Filipe Vieira Santos de Abreu, atuantes no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), o “Vírus da febre amarela é mantido por mosquitos Sabethes durante a estação seca do Cerrado, região semiárida do Brasil, em 2021”, isso acontece porque essas duas espécies possuem adaptações para o período de estiagem. 

Entre outras instituições colaboradoras para a implementação do estudo e que foram citadas no artigo publicado pela Viruses estão a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG), a Fundação Ezequiel Dias (Funed); a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Ministério da Saúde. A coordenadora de vigilância em saúde da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS), Agna Soares da Silva Menezes e Bartolomeu Teixeira Lopes, referência técnica de entomologia, também estão entre os profissionais relacionados no artigo por darem suporte às investigações sobre as epizootias de primatas encontrados no Norte de Minas, acometidos por febre amarela. 
 
ESTUDO
O estudo desenvolvido nos municípios Ubaí e Icaraí de Minas, que integram a área de atuação da Gerência Regional de Saúde de Januária, aconteceu no segundo semestre de 2021 após terem sido notificadas a ocorrência de enfermidades contagiosas. 

“Os resultados dos testes feitos no Laboratório de Biologia Molecular do IFNMG – Campus Salinas apontou três grupos positivos para o vírus da febre amarela, sendo dois de Sabethes chloropterus e um de Sabethes albiprivus”, diz Filipe Abreu. O trabalho dos pesquisadores ganha ainda mais destaque pelo fato de que foi a primeira vez que o Sabethes albiprivus foi encontrado infectado no Brasil.

Para sobreviver e se proliferar em condições climáticas adversas, o chloropterus deposita seus ovos em uma grande cavidade interna de árvores e uma abertura lateral muito pequena. Essa situação reduz a evaporação e retêm a água por mais tempo do que as cavidades com aberturas largas, normalmente usadas pelos mosquitos Haemagogus, relata o estudo do IFNMG. 
 
VACINAÇÃO
Pelo fato de que a circulação do vírus da febre amarela está sendo sustentada e disseminada no semiárido norte-mineiro por mosquitos do gênero Sabethes, mais resistentes à seca e a altas temperaturas, “isso significa que uma pessoa não vacinada, ao adentrar numa mata ou que reside na zona rural, está sujeita a contrair a doença em qualquer época do ano, mesmo fora do período sazonal das chuvas. Daí a importância da conscientização e mobilização da população quanto à necessidade de vacinação contra a doença”, reforçam Agna Menezes e Bartolomeu Lopes, diante dos resultados da pesquisa.

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