saúde

Alta infestação do Aedes aegypti preocupa autoridades

Em cada 100 imóveis vistoriados, 4 a 5 abrigavam focos do mosquito da dengue, zika e chikungunya

Leonardo Queiroz
leonardoqueiroz.onorte@gmail.com
Publicado em 11/11/2024 às 19:00.
Vasos com plantas aquáticas, frascos com água e bebedouros de animais responderam por 48,9% dos focos (PEXELS)

Vasos com plantas aquáticas, frascos com água e bebedouros de animais responderam por 48,9% dos focos (PEXELS)

Durante a quarta avaliação do Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) em Montes Claros, realizada entre os dias 21 e 25 de outubro de 2024, foi registrado um índice alarmante de 4,3%. Isso significa que, em cada grupo de 100 imóveis inspecionados, de 4 a 5 continham focos do mosquito vetor da dengue, zika e chikungunya. Tal resultado supera o limiar de 3,9%, estabelecido pelo Ministério da Saúde como nível de alto risco para a saúde pública.

Os dados coletados mostram que os bairros mais afetados pela infestação são: Vila Verde, com um índice de 33,3%, seguido por Veneza Park (20%), Vila Sion II (16,7%), Santa Laura (13,8%) e JK (13,6%). Outros locais com índices significativos incluem Vila Regina (13,5%), Residencial Vitória II (13,1%), Residencial Recanto das Águas (13%), Vila Sion I (12%) e Ciro dos Anjos (11,9%). 

O levantamento também identificou os principais criadouros do Aedes aegypti na cidade. Os depósitos móveis foram responsáveis por 48,9% dos focos encontrados e incluem vasos com plantas aquáticas, frascos com água e bebedouros de animais. Já os depósitos ao nível do solo, como barris e tanques utilizados para armazenamento de água potável, representaram 23,7% das ocorrências. Por sua vez, os depósitos fixos — que englobam tanques de alvenaria e piscinas — foram responsáveis por 16,8% dos focos.

Diante desse cenário, as autoridades sanitárias reiteram a importância de ações preventivas para combater a proliferação do mosquito. As recomendações incluem a limpeza periódica dos reservatórios de água utilizados para consumo doméstico e a vedação adequada destes. É essencial utilizar toda a água armazenada em um período inferior ao ciclo reprodutivo do mosquito, que varia entre sete a dez dias.

Além disso, é recomendada a limpeza frequente dos ralos e caixas de passagem para evitar acúmulo de água parada. A destinação correta do lixo também é fundamental; garantir que resíduos sejam encaminhados para coleta pública ajuda na prevenção. Outra prática importante é escoar a água acumulada em pratos de plantas e limpar calhas e lajes periodicamente, especialmente antes e durante períodos chuvosos.
 
CUIDADOS DOMICILIARES
A dona de casa Maria de Fátima, de 62 anos, conta que já fez a sua parte. “O agente de zoonose veio em minha casa e disse que estou de parabéns. Já recolhemos todos os materiais que podem acumular água e qualquer coisa que facilite a reprodução do mosquito. Se cada um fizer a sua parte, temos a chance de não sermos afetados e pagar o preço que é ter uma doença pelo mosquito-da-dengue. Sabemos que é muito perigoso e as consequências da picada não são ótimas e podem ser até fatais”, conta. 

É importante ressaltar que o controle de um inseto tão domiciliado quanto o Aedes aegypti, haja vista que 97,7% dos focos foram encontrados nas residências, depende fundamentalmente da participação da população, que deve estar mobilizada e consciente de suas responsabilidades para reduzir o risco de doenças transmitidas pelo mosquito.

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