Sala multissensorial

Acolhimento e respeito a pessoas com doenças raras

Salas multissensoriais são sinônimos de cuidado e qualidade de vida para pessoas com doenças raras

Márcia Vieira
Publicado em 11/11/2025 às 08:56.
Cássio Maia levou ao Congresso de saúde e inovação, um parque multidisciplinar com sala multissensorial para acolhimento de autistas e outras doenças raras (Márcia Vieira)
Cássio Maia levou ao Congresso de saúde e inovação, um parque multidisciplinar com sala multissensorial para acolhimento de autistas e outras doenças raras (Márcia Vieira)

As salas multissensoriais, utilizadas como espaço para acolhimento de pessoas com autismo, TDAH e outras doenças raras, estão ganhando espaço no Brasil e se multiplicando em locais como aeroportos, unidades públicas de saúde e outros espaços de uso coletivo. 

Montes Claros, apesar dos seus quase 500 mil habitantes, ainda não tem a sala e conforme o músico Isaque Emanuel, autista e líder de um grupo de familiares de pessoas com TEA, "a inclusão  é apenas no slogan, mas não acontece na vida real". Em toda a cidade há uma única sala multissensorial registrada, instalada na agência do INSS. Bem menor do que Montes Claros, em área e em número de habitantes, a cidade de Salinas sai à frente e inaugura a sala multissensorial no próximo dia 14 de novembro, de acordo com o secretário de saúde, Wexley, Miranda. "Vamos inaugurar a nosso "Núcleo Mentes Brilhantes", com toda a equipe multidisciplinar lá dentro, com médicos, enfermeiros, psicólogos, neuropsicólogos e pediatras", contou o secretário, que participou do Congresso Norte Mineiro de Saúde e Inovação, em busca de conhecimento sobre novos equipamentos que possam agregar ao espaço. "Estou vendo alguns materiais relacionados ao autismo, isso nos interessa muito. Temos que estar atentos às evoluções", afirmou Wesley, para quem o Congresso  tem também essa função, de transformar o momento em efetividade para os pacientes.

A psicóloga Marcela Andrade considera que as pessoas com TEA e outras doenças raras foram invisibilizadas durante muito tempo e que o diagnóstico cresceu exponencialmente porque elas começaram a ter voz. Os especialistas, na mesma proporção, passaram a estudar mais e dar um diagnóstico mais preciso. "Agora que o transtorno é reconhecido, os pacientes têm outros obstáculos pela frente. É utilidade pública que o SUS comece a enxergar essa necessidade e entender que, o diagnóstico vai crescer e as pessoas precisam ter qualidade de vida e tratamento levado a sério", explica. Marcela ressalta que, como existe prejuízo em outras áreas, a pessoa dentro do espectro necessita de auxílio para tarefas do cotidiano, que parecem simples para alguns e que para eles é uma batalha. Segundo a psicóloga, é necessário, principalmente na infância, que elas passem por espaços específicos e experiências, para que consigam estar em sociedade como adultos. "As salas podem ajudar na prevenção de crises as quais os pacientes de TEA enfrentam recorrentemente", declara. 

As salas multissensoriais são espaços fechados com luzes coloridas e suaves, almofadas, puffs , balanços, sons relaxantes, aromas agradáveis e materiais para tocar, apertar, empilhar e explorar, entre outras opções. Cássio Maia, executivo de vendas de empresa que comercializa equipamentos, sediada em SP, esteve em Montes Claros para apresentar o equipamento durante o congresso. "Estamos em vários lugares, inclusive em aeroportos. Aquele paciente que está em trânsito e devido ao stress precisa ser acolhido para não interferir no voo, nós acolhemos", diz. Dentro da sala, explica,  "temos chuva, cheiros , vento, biblioteca de atividades, uma verdadeira revolução no tratamento de autistas e uma fábrica de emoções para obter os melhores resultados no menor espaço de tempo, inovando nas terapias com a tecnologia ", conclui.

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