Testes com vacina chinesa começam em BH e resultados serão acompanhados ao longo de 12 meses

Cinthya Oliveira
Hoje em Dia - Belo Horizonte
01/08/2020 às 00:39.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:10
 (TV UFMG/CEDECOM/Reprodução)

(TV UFMG/CEDECOM/Reprodução)

A UFMG deu início nesta sexta-feira (31) à terceira fase de testes da CoronaVac, uma das vacinas em estudo contra o novo coronavírus. Mas será preciso ter paciência para verificar a eficiência do produto desenvolvido na China. De acordo com Mauro Teixeira Martins, coordenador do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), o estudo será realizado ao longo de 12 meses, que começam a ser contados a partir da aplicação da dose no último voluntário.

Segundo Martins, não é possível adiantar se os pesquisadores terão dados suficientes para atestar a eficácia da CoronaVac. “É possível para janeiro? Possível. Provável? Difícil estimar”, afirmou Martins. “Por protocolo, temos que acompanhar por 12 meses. O que vai definir a velocidade dos resultados é o quanto vai se mostrar eficaz durante o estudo”.

O pesquisador explicou que há diversos dados referentes a cada voluntário que devem ser levados em conta antes do teste e durante o monitoramento. Ele garantiu ainda que, embora todo o trabalho esteja sendo feito em uma velocidade maior do que o normal para a produção de vacinas, as empresas envolvidas e as agências regulatórias (Anvisa, no caso brasileiro) estão seguindo todos os protocolos de segurança.
 
PRIMEIROS VACINADOS 
A fase 3 da vacina chinesa conta com 9 mil voluntários de diversas partes do país. Em Belo Horizonte, as doses duplas serão aplicadas em 852 profissionais de saúde que atuam na linha de frente do tratamento de pacientes com Covid-19. Até o momento, mil pessoas já se voluntariaram para participar do estudo.

Os testes estão sendo realizados no Centro de Saúde do bairro Jardim Montanhês, região Noroeste de BH. A equipe responsável por esse trabalho em Minas conta com 30 pessoas, entre médicos, enfermeiros, técnicos, dentre outros.

Segundo Martins, o estudo é randômico, ou seja, parte dos voluntários receberá a candidata vacinal, enquanto outro grupo ficará com o placebo, mas os profissionais não sabem qual será a dose aplicada. No momento em que um número considerável de casos positivos de Covid for constatado entre os voluntários, os pesquisadores poderão avaliar quantos dos doentes receberam a CoronaVac e quantos ficaram com o placebo, chegando assim a conclusões sobre a eficácia da vacina.
 
PRODUÇÃO
Enquanto os testes são realizados, o Instituto Butantan já se prepara para produzir mais de 100 milhões de doses. A intenção é imunizar rapidamente a população brasileira assim que a eficácia da vacina for comprovada. 

Na última segunda-feira, o governador de São Paulo, João Doria, afirmou que a CoronaVac poderá ser distribuída gratuitamente para grande parte da população brasileira a partir de janeiro. 


 

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