Técnicos registram ocorrência de febre amarela no Norte de Minas

O último caso humano de febre amarela silvestre do estado ocorreu no município de Ubá, em 2009, com evolução para cura

Jornal O Norte
10/08/2016 às 07:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 16:09

Neste mês a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) recebeu a confirmação da ocorrência de um caso de febre amarela em primata encontrado na zona rural de Montes Claros, mas até o momento, não foram registrados casos humanos suspeitos ou confirmados. O último caso humano de febre amarela silvestre do estado ocorreu no município de Ubá, em 2009, com evolução para cura.

Os coordenadores de vigilância em saúde e epidemiologia da SRS de Montes Claros, Valdemar Rodrigues dos Anjos e Josianne Dias Gusmão, respectivamente, destacaram a importância da secretaria Municipal de Saúde ter um plano de ação consistente envolvendo os agentes de controle de endemias e os profissionais da atenção primária em saúde, visando reforçar as ações de vigilância epidemiológica bem como a assistência da população na área médica.

A técnica em saúde ambiental, Patrícia Brito, apresentou que entre os meses de março e julhoforam registradas ocorrências de morte de primatas em doze municípios do Norte de Minas: Brasília de Minas, Coração de Jesus, Francisco Dumont, Glaucilândia, Icaraí de Minas, Indaiabira, Lontra, Mirabela, Montes Claros, São Francisco, São João do Pacuí e Urucuia. Todas as amostras coletadas foram encaminhadas para análise em laboratório, porém somente no dia 4 de agosto os primeiros resultados foram recebidos.

Entre as ações de prevenção tomadas pela SES-MG e municípios da região está a avaliação e intensificação da vacinação, priorizando populações de áreas rurais e silvestres, principalmente para aqueles indivíduos com maior risco de exposição (população de área rural, silvestre, pessoas que fazem turismo ecológico ou rural, agricultores, extrativistas e outros que adentram áreas de mata ou silvestres). Além disso, população e profissionais de saúde estão sendo mantidos informados sobre a doença e a importância da notificação de casos suspeitos em primatas. Todos os casos humanos suspeitos também devem ser notificados e investigados (até 24h), incluindo as doenças febris hemorrágicas e óbitos por causa desconhecida.

O coordenador do Centro de Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros, Edvaldo Freitas Francisco destacou a importância do alinhamento de ações entre o município e a SES-MG visando garantir que o combate ao mosquito Aedes aegypti seja intensificado, por se constituir no principal vetor de transmissão da febre amarela.

Tratamento e Vigilância
De acordo com o Ministério da Saúde, a febre amarela é uma doença febril aguda, de curta duração (no máximo 12 dias) e de gravidade variável. A forma grave caracteriza-se clinicamente por manifestações de insuficiência hepática e renal, que podem levar à morte. Deve-se levar em conta seu potencial de disseminação em áreas urbanas. Em ambas as formas epidemiológicas, os mosquitos vetores são os reservatórios do vírus amarílico. Na doença urbana, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica. Na forma silvestre, os primatas são os principais hospedeiros do vírus amarílico e o homem é um hospedeiro acidental.

A doença só é transmitida por meio da picada de mosquitos transmissores infectados. O período de incubação é de 3 a 6 dias após a picada do mosquito. Não existe um tratamento específico no combate à febre amarela. O paciente deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e perdas sanguíneas quando necessário.

Contra a febre amarela há vacina segura e eficaz. No Brasil, a vacinação está indicada a partir dos nove meses de idade. A vacina é gratuita e tem validade de dez anos.

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