Suspeitas de sarampo sob investigação

Índice de vacinação em Montes Claros está muito abaixo da meta de 95%

Christine Antonini
Montes Claros
20/07/2018 às 07:33.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:30
 (Marina Poblet/PBH/Divulgação)

(Marina Poblet/PBH/Divulgação)

O sarampo volta a assombrar o país e encontra uma população altamente vulnerável. Os índices de vacinação são considerados muito baixos. Nos últimos anos, têm passado bem longe da meta de 95%. Em Montes Claros, apenas 61,36% das crianças de até 2 anos estão imunizadas. E para deixar as autoridades de saúde em alerta, a cidade tem dois casos da doença em investigação. No Estado, 66 foram notificados e descartados.

Para agravar a situação, o período de férias favorece a transmissão da doença, com várias famílias viajando, facilitando o “transporte” do vírus.

A última campanha contra a doença foi realizada em 2014. Na época, 20mil doses da vacina tríplice viral foram distribuídas em Montes Claros para crianças de 1 a 4 anos. A tríplice viral protege também contra a rubéola e a caxumba. 

Em 2016, três casos suspeitos de sarampo foram notificados pela Secretaria de Saúde de Montes Claros. Contudo, após exames laboratoriais, eles foram descartados.
 
VACINAÇÃO
A vacina tríplice viral deve ser administrada em crianças e adultos. A primeira dose é aplicada no primeiro ano de vida. Já a segunda, aos 15 e não é necessário reforço. Ela só começa a proteger o organismo da doença 15 dias após a aplicação.

Caso a pessoa tenha dúvida se foi imunizada na infância, ela também pode procurar o posto de saúde: adultos de até 29 anos devem tomar duas doses; de 30 a 49 anos, uma. Para os maiores de 50 anos, considera-se que já houve contato com a doença e, portanto, não é necessário se proteger.

“O sarampo não é qualquer ‘doença de criança’, conhecida assim por nos atingir ainda na infância. As complicações dela podem causar graves lesões nos olhos e até a cegueira. Caso a gestante contraia a doença, ela poderá transmitir para o feto e induzir o aborto”, explica o médico infectologista Otávio Brandão.
 
CAMPANHA
Para tentar reverter a baixa cobertura vacinal no país, o Ministério da Saúde promoverá a Campanha Nacional contra Poliomielite e Sarampo entre 6 e 31 de agosto.

A campanha será voltada para crianças de 1 a 4 anos. Mas as pessoas que não se encontram nessa faixa etária também podem se vacinar, no entanto, fora da campanha. Basta procurar qualquer posto de saúde e pedir a vacina – quem já contraiu a doença não precisa se vacinar.
 
SURTO
O Brasil já registra 677 casos confirmados de sarampo e três mortes, com surtos nos estados de Roraima e Amazonas. A doença chegou ao país “importada” da Venezuela, com a entrada de imigrantes.

Os primeiros sintomas da doença só aparecem 14 dias após a exposição ao vírus. Entre os sintomas estão tosse, coriza, olhos inflamados, dor de garganta, febre e irritação na pele com manchas vermelhas.

“Primeiro é a febre, que quase todos os pacientes têm. Depois de um ou dois dias, tem início um quadro com tosse, coriza e conjuntivite. Só depois aparecem as lesões na pele. A incubação dura de sete a 21 dias, mas a pessoa começa a transmitir cinco dias antes de aparecerem os sintomas e continua transmitindo por cinco dias”, afirma Otávio Brandão.

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