As baixas temperaturas lançam um alerta para o risco da pneumonia, enfermidade conhecida, mas muitas vezes de perigo subestimado. Só neste ano, de janeiro a março, 1.267 pessoas morreram após contrair a doença em Minas. A média é 14 óbitos por dia, ou um a cada duas horas.
Os números, da Secretaria de Estado de Saúde (SES), tendem a crescer no inverno, considerado o período mais crítico. Em 2017, exatos 8.954 mineiros perderam a vida após ficarem doentes. Como a enfermidade não é de notificação compulsória, o total de casos registrados é desconhecido.
As principais vítimas são os idosos. No Estado, o índice é de 87% para esta faixa etária. “O clima frio diminui a imunidade das pessoas, o que já é um risco. Além disso, alguns hábitos comuns no inverno, como manter os locais fechados e a diminuição da ingestão de líquidos, aumentam os riscos de adquirir a doença”, informa nota enviada pela Secretaria de Estado da Saúde.
E as temperaturas já baixaram no Norte de Minas e devem continuar assim nos próximos meses. “Será um ano mais frio na região, sem falar que ele se antecipou muito, antes do inverno, e deve continuar até o início do verão”, diz o meteorologista Renan Lauton.
PROTEÇÃO
Pessoas gripadas também precisam estar em alerta. Sem o tratamento adequado, o quadro de saúde pode evoluir para uma pneumonia, o que reforça ainda mais a necessidade de adesão à Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe, iniciada na última segunda-feira e que terminará em junho.
A recomendação, segundo o pneumologista Mário Freitas Guimarães, é se imunizar contra a gripe e a bactéria pneumococo, uma das principais causadoras da pneumonia.
Nos centros de saúde, crianças de até 1 ano tomam a dose contra a pneumonia gratuitamente. Durante a campanha de vacinação, maiores de 60 anos também são imunizados. Em clínicas particulares, é possível ser vacinado pagando cerca de R$ 270. Na rede pública, são necessárias três doses para garantir a proteção às crianças, e uma no caso dos idosos. Já na particular, elas são únicas para qualquer faixa etária.
“É preciso se prevenir, principalmente crianças, idosos e pessoas com algum problema grave de saúde. Eles têm imunidade mais baixa e maior predisposição para contrair a doença. Pneumonia, uma vez instalada, demanda cuidado adequado porque pode levar à morte”, reforça Mário Freitas.