Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), em Ribeirão Preto, desenvolveram uma plataforma capaz de diagnosticar, em amostras clínicas de pacientes, 416 vírus encontrados nas regiões tropicais do planeta. Na avaliação dos pesquisadores, se uma ferramenta como essa estivesse disponível na época em que o vírus da zika começou a circular no Brasil, talvez tivesse sido possível restringir a infecção a seu foco original.
A ferramenta, segundo seus criadores, poderá ser usada por centros de referência – como o Instituto Adolfo Lutz, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Evandro Chagas – para fazer a vigilância epidemiológica de patógenos com potencial para causar epidemias em humanos. Além dos vírus que já causam impacto significativo na saúde pública brasileira, o teste abrange outros que, por enquanto, só foram detectados de forma esporádica, mas apresentam potencial para se tornarem epidêmicos.
Um exemplo é o vírus Mayaro – alphavirus, parente do chikungunya, transmitido por mosquitos silvestres, como o Haemagogusjanthinomys. Outro é o vírus Oropouche, que até o momento causa epidemias restritas às regiões ribeirinhas da Amazônia.
Inicialmente o teste teria um alto custo e não estaria disponível para toda a população, apenas para pacientes com suspeita de dengue, zika ou outras doenças febris que não tiveram um diagnóstico definido pelos métodos convencionais.